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A grande dama da literatura
Ícone da literatura brasileira, considerada por críticos “a maior escritora brasileira enquanto viva” e uma das mais importantes e notáveis escritoras brasileiras do século XX, Lygia Fagundes Telles também era chamada de “a grande dama da literatura brasileira.”
Imortalizada na Academia Brasileira de Letras desde a década de 80, a saudosa acadêmica Lygia Fagundes Telles- que já recebeu os principais prêmios da Língua Portuguesa – nos deixou no último dia 3 de abril, aos 98 anos.
Na 17.ª edição do Prêmio Camões, maior láurea concedida a escritores de países com o português como a língua oficial, ocorrida em 2005, Lygia foi anunciada a vencedora. Ganhadora de todos os prêmios literários importantes do Brasil, homenageada nacional e internacionalmente, tornou-se, em 2016, aos 92 anos, a primeira mulher brasileira a ter sido indicada ao prêmio Nobel de Literatura.
Em nota assinada pelo presidente da Academia Paulista de Letras, José Renato Nalini destacou Lygia como “a mais notável personalidade da literatura brasileira, patriota e democrata, já era lenda em vida”.
Nascida na cidade de São Paulo, cresceu em Sertãozinho e outras pequenas cidades do interior paulista, e desde pequena demonstrou interesse pelas letras. Além de romancista e contista, era também advogada. Lygia teve grande representação no pós-modernismo, e suas obras retratavam temas clássicos e universais como a morte, o amor, o medo e a loucura, além da fantasia.
Sua estreia literária foi com o livro de contos Porão e Sobrado (1938), já muito bem recebido pela crítica. O sucesso se repetiu pela carreira. O terceiro livro de contos dela, “O Cacto Vermelho”, lançado em 1949, recebeu o Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras. Seu primeiro romance, “Ciranda de Pedra”, publicado em 1954,a tornou nacionalmente conhecida. Adaptado para a TV Globo ,em 2008, por Alcides Nogueira – com a colaboração de Mário Teixeira, Lucio Manfredi e Cristiane Dantas – “Ciranda de Pedra” se tornou famosa telenovela.
Em paralelo à carreira literária, trabalhou como Procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo, cargo que exerceu até a aposentadoria, e foi presidente da Cinemateca Brasileira, fundada pelo marido Paulo Emílio Sales Gomes.
A década de 1970 marcou seu êxito literário e consagração internacional, com “Antes do Baile Verde” (1970), cujo conto que dá título ao livro venceu o Grande Prêmio no Concurso Internacional de Escritoras, na França. Com “As Meninas”, em 1973, ganhou o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, o Prêmio Coelho Neto da Academia Brasileira de Letras. A escritora ingressou na Academia Paulista de Letras em 1982, e, em 1985, ocupou a cadeira de número dezesseis da Academia Brasileira de Letras. Naquele mesmo ano, tornou-se membro da Academia das Ciências de Lisboa.
O acervo pessoal da autora está sob a tutela do Instituo Moreira Sales. Referência para o público e para os colegas, sua prosa clara em posicionamentos políticos deixará saudades.
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