Alagoano de Murici, Cícero Gomes é poeta, ambientalista, ativista digital, indigenista e vive há décadas em São Paulo (SP). Nesta terça-feira, 26, ele estará em Maceió para o lançamento do livro “Palavra de Poeta”, sua mais recente produção.

A leitura do livro “Palavra de Poeta” é leve, e remete não só ao que diz o autor, mas às próprias lembranças de quem lê. A simplicidade dos versos é tão atraente que não se consegue parar, até que a leitura chegue à última página. O leitor engole a isca logo na dedicatória.

Seu livro, afirma o poeta, é dedicado a sua madrinha, Maria das Dores, a Ivanilda Vasconcelos e Odilon Marques Luz. Mas quando ele diz que dedica toda essa produção a “Seu Dunga, meu sanfoneiro alado, e a Wãpurã, razão do meu canto”, o leitor é fisgado.
É impossível não se perder em “Palavra de Poeta”, a nova obra de Cícero Gomes, um alagoano arretado, divertido, gente boa.

Como diz outro alagoano de cepa, o jornalista e ex-deputado Aldo Rabelo, o poeta Cícero “lapida as palavras para construir a memória e alma de criança no interior das Alagoas”. Em todos os poemas estão expostas as lembranças do menino que percebia o mundo com os olhos, enquanto guardava alegria, amores e dores no coração, e do homem que deixou Alagoas para caminhar seu caminho. São versos seus:

CEGO MANUEL

Na cabeceira da ponte, sobre o rio Mundaú,
Domingo,
dia de feira,
cego Manuel,
o canto triste,
na pancada do ganzá:
— Eu não posso trabalhar.

ANADIA

Dos lugares da minha terra,
eu nunca fui à Anadia.
Sempre me encantou
o nome Anadia.
Se tem um nome
repleto de manhãs,
é Anadia.

RAMUNHA

Diólinda
era só resmungo
e advertência
com os papagaios.
Nas horas miúdas,
seu tempo era para
o Padre Cícero
e São João do Carneirinho.
Petronília,
de cócoras, pensava o mundo.
O inseparável cachimbo
resmungando o tempo.

Impresso pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos, o livro de Cícero Gomes será lançado pelo Memorial Pontes de Miranda (MPM), nesta terça-feira, 26, às 14h30, no hall do Fórum Pontes de Miranda, no edifício-sede do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT-19).

Além de “Palavra de Poeta”, a solenidade marcará o lançamento do livro “Sermos Um em Uma Unidade de (Ti), do médico Rogério Correia de Araújo.

Em sua obra, Rogério Correia faz uma abordagem sobre a humanização em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A apresentação é do diretor do Hospital do Coração, Roberto Lúcio, para quem, além de um marco na especialidade de Terapia Intensiva, “a obra é uma consequência natural da sensibilidade e face humanística do Rogério”.