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A arte de escrever
“ A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer”. Graciliano Ramos (1892-1953), ex-prefeito de Palmeira dos Índios na década de vinte, autor de Vidas Secas, Memórias de Cárcere, contista, cronista, memorialista, e, principalmente, escritor consagrado nacionalmente e internacionalmente.
Nasci em 03 de fevereiro de 1946, à época, a Vila de Paulo Jacinto, fundada pelo meu abastado lusitano trisavô Lourenço Ferreira de Melo Sucupira da Veiga. Diga-se de passagem, pertencida a Quebrangulo. Desmembrando-se politicamente em 02 de dezembro de 1953, pela ação do primeiro prefeito saudoso Professor José Aurino de Barros.
Historicamente, tornei-me conterrâneo/coestaduano do homem público probo, defensor das liberdades democráticas. Por essas razões Graça, fora preso como comunista no governo de Getúlio Vargas (1936), sem direito a se defender à luz da Constituição. Sofreu o peso das acusações, subtraindo-lhe dignidade humana. Migrou à Cidade Maravilhosa onde brilhou na constelação dos notáveis.
Eu, o matuto de Paulo Jacinto, mudei para Maceió para residir na velha Cesa – Casa dos Estudantes Secundaristas de Alagoas (1960) -onde meu saudoso irmão, o economista Cícero Veiga da Rocha in memoriam, exercia o cargo de Tesoureiro na Sorbonne caeté.
Estudei no antigo Colégio Estadual de Alagoas. Lá, recebi sábias lições de Português dos mestres: Medeiros Netto, José Cavalcante Cajueiro, Josealdo Ribeiro, do ex-padre Humberto Cavalcanti, filho ilustre da velha Viçosa. Certa feita, o indaguei sobre o que deveria fazer para ingressar na arte de escrever. Disse-me: leia e releia os clássicos da literatura brasileira. Adquira uma gramática normativa. Selecione textos dos imortais da Academia Brasileira de Letras.
Logo, iniciei minha colaboração jornalística (1972), no extinto Jornal de Hoje. Depois, Gazeta de Alagoas – convivendo com os saudosos mestres do jornalismo, a saber: Rodrigues de Gouveia, Antônio Sapucaia, Valmir Calheiros, Dr. Arnon de Mello, dentre outros. No extinto Jornal de Alagoas, Noaldo Dantas (paraibano), Vicente Novaes de Castro, Afrânio Godoi, Rosivan Wanderlei in memoriam, Romero Vieira Belo, editor do matutino.
Nessas convivências, adquiri o hábito de leitura diária, das notícias, fazendo minha cultura econômica no curso de Ciências Econômicas da Ufal. Sempre acalentei a vontade de me tornar discípulo da arte de escrever, espelhando-me no Mestre Graça que deixou o legado: A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer”.
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