Brasil
Escolas vão adotar Libras na educação bilíngue
O Projeto de Lei que garante a educação bilíngue nas escolas brasileiras foi sancionado nessa semana, para instituir o tratamento da educação de surdos como uma modalidade de ensino independente, com a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua e o Português escrito como a segunda.
Com a aprovação será possível promover o incentivo à produção de material didático bilíngue, a formação de professores no idioma Libras, a mudança que determina que Libras seja a primeira língua e o Português escrito como segunda língua, bem como direcionar a atenção para questões linguísticas, identidárias e culturais.
A nova modalidade de ensino atenderá às especificidades de todos os estudantes e deve ser iniciada na educação infantil estendendo-se até ao final da sua vida escolar. Isso beneficiará estudantes surdos, surdocegos, com deficiência auditiva, sinalizantes, surdos com altas habilidades ou superdotação ou com deficiências associadas, ou ainda que tenham optado pela modalidade bilíngue e o português escrito como segunda língua.
A medida será aplicada em escolas bilíngues de surdos, classes bilíngues de surdos, escolas comuns ou em polos de educação bilíngue de surdos. Atualmente, no Brasil, existem 64 escolas bilíngues de surdos, com 63.106 estudantes surdos, surdocegos e com deficiência auditiva, conforme os dados fornecidos pelo Inep (2020).
A iniciativa não exclui o atendimento educacional especializado bilíngue e, quando necessário, os serviços de apoio serão prestados para atender às especificidades linguísticas dos surdos. O Projeto também prevê a oferta, aos estudantes surdos, de materiais didáticos e professores bilíngues com formação e especialização adequadas, em nível superior.
O fotógrafo e confeiteiro Helbert Camilo participa de um projeto que visa alfabetizar e evangelizar pessoas surdas na congregação em que frequenta, no templo das Testemunhas de Jeová.
Mesmo enfrentando dificuldades em seu caminho, o missionário se mantém firme em seu propósito. “Quando comecei, muitos não sabiam o que era o próprio idioma, faziam mímicas e não conseguiam se comunicar entre si”, relata.
Através do projeto solidário, Helbert e mais alguns amigos da congregação levam conhecimento, não somente para surdos, mas também para as famílias que acabam negligenciando e não oferecendo o suporte necessário que os deficientes auditivos precisam. “Eu já encontrei pessoas em situações sub-humanas, sem saber a importância da higiene básica, por exemplo, porque os familiares achavam que eles eram deficientes mentais e não os ajudavam como deveriam. Existe potencial em cada uma dessas pessoas, elas só precisam ser direcionadas”, defende o missionário.
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