Política

“A mulher é mais uma vez objeto de disputa de poder”, lamenta Jó, ao criticar local de vacinação de grávidas e puérperas

12/05/2021
“A mulher é mais uma vez objeto de disputa de poder”, lamenta Jó, ao criticar local de vacinação de grávidas e puérperas

Pronunciamento da deputada aconteceu durante a sessão desta quarta da ALE

Durante a sessão desta quarta-feira (12), na Assembleia Legislativa, a deputada Jó Pereira lamentou o fato de a mulher estar sendo, mais uma vez, instrumento de “disputa de poder” em Alagoas. Em aparte ao pronunciamento de Davi Maia, a parlamentar criticou o fato de as gestantes e puérperas estarem sendo vacinadas contra o novo coronavírus no Hospital da Mulher, que tem sido usado para o tratamento de pacientes com Covid-19.

A determinação do local para a vacinação, que partiu do Governo do Estado, foi mais uma vez denunciada por Maia. Ele alega que a decisão é “política”, para tirar da Prefeitura de Maceió a atribuição de organizar a aplicação da vacinação.

“É lamentável. Estamos falando da mulher alagoana, não como centro da construção de políticas públicas efetivas e eficazes, mas da mulher como centro de uma disputa de poder do qual ela ainda não faz parte em pé de igualdade. Da mulher, mais uma vez, sendo instrumento, matéria, e não ser humano que merece ser centralizado na construção das políticas públicas”, desabafou Jó.

“Estou indignada e, também como integrante da Comissão da Mulher, não poderia ficar calada. As mulheres estão sendo vacinadas em um ambiente que tem o nome delas, mas não está sendo utilizado para essa finalidade no momento”, prosseguiu, defendendo que a vacinação ocorra em pontos distintos da capital, mais próximos das residências dessas mulheres, inclusive para que elas possam evitar a aglomeração do transporte público coletivo.

Ainda sobre o Hospital da Mulher, a parlamentar lembrou que, antes até de se tornar “hospital da Covid-19”, “porque o Governo do Estado não aceitou um hospital de campanha para essa finalidade, mesmo com resultados”, a unidade hospitalar ainda não era ainda referência no tratamento do câncer e no tratamento obstétrico, por exemplo, sendo referência somente no parto humanizado, “apenas um dos aspectos que nós, mulheres, precisamos e carecemos”.

Concordando com Davi Maia que a vacinação deve estar sob o comando das prefeituras, Jó justificou que os municípios estão mais próximos do cidadão para facilitar o acesso à vacina, possibilitando menor risco de contaminação e do uso do transporte coletivo lotado para chegar ao local dessa imunização.

Pronunciamento da deputada aconteceu durante a sessão desta quarta

Jó aproveitou o momento ainda para voltar a cobrar o cumprimento da Lei do Parto Humanizado, de sua autoria, e para alertar para o fato de que, durante a pandemia, as demais doenças estão sendo negligenciadas em Alagoas, citando o egistro de falta de medicamentos destinados às crianças acometidas pela síndrome congênita do zika vírus e para pacientes com HIV, entre outros.

Sobre a outra denúncia trazida novamente ao Plenário por Davi Maia, referente a compra frustrada de respiradores pelo governo, via Consórcio Nordeste, Jó disse entender que, independente de os recursos utilizados serem estaduais ou federais, com a repercussão do fato no Congresso Nacional, caso sejam identificadas irregularidades envolvendo o estado, tanto a Assembleia Legislativa quanto o Tribunal de Contas terão o dever de posicionar.