Brasil
“SUS vai ter prioridade nas vacinas produzidas no Brasil”, afirma Pazuello
O Brasil possui um plano estratégico para proteger a população contra a Covid-19. Nesta quarta-feira (16), o Governo Federal divulgou o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a doença, um documento com diretrizes que tem objetivo de apoiar os Estados e municípios no planejamento e organização da vacinação contra a doença.
De acordo com o Ministério da Saúde, o êxito dessa ação depende do envolvimento das três esferas de gestão em esforços coordenados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas é preciso também de mobilização e adesão da população à vacinação.
Para a infectologista da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Raquel Stucchi, um documento deste tipo é necessário para orientar as ações que estados e municípios vão adotar como padrão. “Isso é importante para que todas as ações sejam centralizadas na esfera federal, como sempre aconteceu nas campanhas nacionais de imunização. O Brasil tem muita experiência de sucesso em relação às campanhas nacionais. E as pessoas envolvidas em ações anteriores, com certeza, serão chamas para participar desta nova campanha em um momento tão crucial para o nosso País”, apontou a médica.
O planejamento da vacinação nacional está orientado em conformidade com o registro e licenciamento de vacinas, que no Brasil é de atribuição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), conforme Lei nº 6.360/1976 e outros regulamentos técnicos. Dito isso, é importante saber como andam as principais vacinas em análise pela Anvisa e que podem ser oferecidas à população a partir do ano que vem.
Diante do compromisso de transparência e do interesse público, a Anvisa mantém uma página na internet para divulgar o status das análises preliminares para registro e outras informações de vacinas contra Covid-19. Isso quer dizer que qualquer pessoa pode saber como está o andamento da submissão de documentos apresentados pelas empresas desenvolvedoras.
Das quatro principais vacinas, a Astrazeneca/Fiocruz e a Sinovac/Butantan aguardam a Certificação de Boas Práticas de Fabricação, referente à etapa em que inspetores têm de garantir que uma fábrica, em qualquer lugar do mundo, cumpra com os requisitos determinados pela legislação brasileira. São avaliadas as estruturas físicas das áreas de produção, armazenamento e laboratórios de controle de qualidade, além de toda a documentação do sistema de garantia de qualidade da empresa. As vacinas Janssen e Pfizer já solicitaram essa certificação, mas o pedido ainda está em análise.
Após esse processo, e dando tudo certo com as vacinas, é possível os laboratórios entrarem com o pedido de registro, que é quando a Anvisa dá o sinal verde para que o imunizante seja comercializado e disponibilizado por todo o País.
Em relação ao recebimento das vacinas, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, explicou que “todos os estados da Federação serão tratados de forma igualitária e proporcional. Não haverá nenhuma diferença. Todas as vacinas produzidas no Brasil ou pelo Butantan, Fiocruz ou qualquer indústria terá prioridade do SUS”, concluiu o ministro. Nesse sentido, o Brasil possui negociações em andamento, que totalizam, em torno de 350 milhões de doses de vacinas, por meio de acordos com laboratórios e empresas.
Vacinação pelo mundo
Os últimos 15 dias foram marcados pelo início da vacinação contra a Covid-19 nos primeiros países do mundo. A Rússia foi o primeiro país a começar a vacinação contra a doença no dia 5 de dezembro, usando a vacina desenvolvida por lá, a Sputnik V.
Alguns dias depois, 8 de dezembro, o Reino Unido deu início ao processo de vacinação da sua população, mas com o imunizante da Pfizer/BioNTech. Essa também foi a vacina usada por EUA e Canadá, que tiveram a ação iniciada na segunda-feira (14).
É importante destacar aqui que nenhuma das duas vacinas tiveram os estudos totalmente finalizados nos países onde estão sendo aplicadas, mas foram aprovadas pelos governos locais e oferecidos à população.
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