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Três grandes perdas
Com a perda de um grande número de vidas preciosas a pandemia marcará, de modo indelével, esse período do nosso país, como foi o caso da gripe espanhola, no início do século passado. Estamos com mais de 120 mil mortos, o que configura uma verdadeira catástrofe.
Não se tem certeza ainda de que as vacinas interromperão o processo. Sabe-se que há riscos de reinfecção, como está ocorrendo em alguns países, por força de inesperadas e surpreendentes mutações virais. Estamos longe de viver no sossego merecido, apesar dos avanços científicos e tecnológicos alcançados pelo mundo.
Em nosso caso particular, temos três vidas a lamentar, em virtude da mistura de causas. A primeira delas foi o querido irmão Odilon, que nos deixou aos 93 anos de idade. A ele devo parte da minha educação. Era quem me obrigava a fazer lições de caligrafia, além de ter sido um belíssimo exemplo de retidão moral. Foi um brilhante advogado, servindo aos quadros do Banco do Brasil.
Na semana passada, foi a prima Rosa Maria Niskier. Filha dos meus tios Eugênia( era adorada pela minha mãe Fany) e Jacob (comissário do Loide Brasileiro, detentor de uma valiosa medalha de Guerra), irmão do meu pai Marcos, Rosa Maria se destacava pelo seu imbatível espírito alegre e sucumbiu a um severo tratamento de câncer nos seios.
Ontem, recebi a notícia de que um outro primo, Carlos Alberto Jaimovich, médico de amplos méritos, tinha acabado de falecer. Lembro dos seus pais Pedro (também médico, servindo durante muitos anos na Cia. Siderúrgica Nacional) e Golda, filha dos meus tios Carolina e Samuel, que teve uma presença histórica na escola Amaro Cavalcanti, no Catete. Ao lado da irmã Dina, não conhecia outra nota que não fosse o 10, em todas as matérias. Isso foi sempre muito lembrado. Carlos Alberto foi herdeiro desses méritos. Lembro muito bem quando a família se reuniu em Volta Redonda, onde moravam, para celebrar o bar-mitzvá (festa dos 13 anos), em que todos comemoramos a conquista da sua maioridade religiosa. Pena que tenha nos deixado tão cedo.
São perdas que enchem o nosso coração de saudade.
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