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Memórias da Quarentena
Debruçado sobre minhas próprias lembranças, tentando entender o que acontece com o mundo em meio à maior pandemia enfrentada pela minha geração, passei a maior parte do tempo de confinamento escrevendo.
Enquanto cientistas dos centros mais avançados do mundo dedicam suas vidas às pesquisas em busca da tão aguardada vacina, perdemos entes queridos e muitos nomes preciosos de nossa cultura, vítimas do terrível coronavírus. No plano pessoal, perdi um irmão, nosso querido Odilon, e dois primos, a saudosa Rosa e o não menos querido Carlos Alberto, todos muito amados. Sem falar dos extraordinários talentos de Aldir Blanc, Moraes Moreira, Daisy Lúcidi, Flávio Migliaccio, Garcia Roza, Rubem Fonseca, José Itamar de Freitas e tantos outros que se foram vitimados pela doença.
Sem me esquivar dos momentos de sombra, fui registrando em texto várias passagens da minha memória, ao longo dessa forçada quarentena. Vieram à tona lembranças de minha trajetória, incluindo a experiência de muitos anos de magistério, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde me tornei Doutor em Educação e professor titular de História e Filosofia da Educação, depois de ter passado pelas áreas de Matemática e Administração Escolar e Educação Comparada. Trata-se de uma vivência nada desprezível, de quase 40 anos, numa instituição que segue sendo uma das principais do país.
Valendo-se desse tempo aberto pelo necessário isolamento social, reuni 85 textos sobre algumas lembranças desse rico passado, incluindo poemas para a minha família e registros sobre Filosofia e Educação. Como resultado, lancei, pela Editora Consultor, mais um livro. “Memórias da Quarentena” teve lançamento virtual no dia 16 de setembro, em minhas redes sociais. A obra tem concepção gráfica de Isio Ghelman e a bela ilustração da capa foi assinada por Cláudio Duarte. O número 85 representa um texto para cada ano da minha vida.
Em tempos sombrios como os que temos vivido, ainda deposito total confiança não só na Ciência, como na Cultura. Nossa luta é para prolongar a vida. Nos últimos dois séculos, a expectativa média de vida passou de menos de 40 anos para 72 anos em todo o mundo (em alguns países desenvolvidos chega a mais de 80). Caminhamos para dias melhores. Iremos superar o atual quadro de dificuldades.
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