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‘Diálogos Urbanos’, do artista Pedro Caetano, é a primeira exposição virtual do Complexo Cultural Teatro Deodoro
Como propagar a arte em tempos de quarentena? Essa é a reflexão que muitos profissionais da cultura têm feito desde o início da pandemia da Covid-19. Questionamentos que são seguidos de ideias e resultam em ações. É o caso da exposição Diálogos Urbanos, do artista Pedro Caetano. Foi a partir desta pergunta que ele pensou no outdoor como um expositor de arte. Ao procurar a Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal), surgiu mais uma proposta: oferecer tour virtual da mostra. Assim, nasceu a mais nova individual do artista.
Com curadoria de Alice Barros e Robertson Dorta, a mostra instalada no piso principal do Complexo Cultural Teatro Deodoro, apresenta 16 pinturas com a técnica acrílica sobre tela. A visita virtual estará disponível pelo site diteal.al.gov.br , a partir de segunda-feira (12/10). Também a partir deste dia, 10 obras ficarão expostas em outdoors espalhados por Maceió.
A mostra fica em cartaz até 30/11 e traz pinturas inspiradas em lugares, prédios e cenas do cotidiano de Maceió. Como o nome da exposição diz, a ideia é gerar um diálogo entre as obras, monumentos da cidade e a população.
“É uma satisfação receber a exposição individual do artista Pedro Caetano. Desta vez, criando mais uma alternativa para propagar a arte em tempos de pandemia. A mostra está muito bonita, um trabalho de excelência, que nos revela o olhar do artista sobre cenas e questões do nosso cotidiano na cidade. Convido a todos para que prestigiem e façam a visita virtual”, afirmou a diretora-presidente da Diteal, Sheila Maluf.
Pedro vem apresentando suas obras em mostras coletivas desde 2008, tanto em Maceió, quanto em outras cidades, como Fortaleza e São Paulo. Possui no currículo três exposições individuais. A primeira “Na janela do olhar” ficou em cartaz na Fundação Pierre Chalita, em 2012. Dois anos depois, ocupou o Divina Gula com o trabalho intitulado “Exposição Divina”. Sua mostra mais recente foi “Ranhuras” em 2015, no qual conseguiu expor em Maceió, no Complexo Cultural Teatro Deodoro, e em Fortaleza. Ele está de volta ao Complexo para sua quinta individual.
“É muito gratificante. Fazia cinco anos que não realizava uma exposição individual e estou muito feliz porque estou voltando à esta casa. Dizem que um bom filho à casa torna. Este momento de pandemia me levou a uma série de questionamentos sobre de que maneira a gente pode se reinventar e promover a arte. Andei refletindo e vi que o momento é propício para utilizar equipamentos urbanos, no caso os outdoors, para reproduzir a arte, já que eu tenho um trabalho que dialoga com a cidade. Veio a ideia de ressignificar esses elementos (outdoors), que para muita gente é de poluição, se tornando espaço de criação”, contou o artista.
Para a curadora, Alice Barros, o trabalho de Pedro contido na exposição se dá “buscando alcançar a representação do contexto observado com o mínimo de linhas, sendo solapado pela variação da luz, alteração da cor, desconstrução tonal das sombras, foi sentindo o peso, a leveza, a musicalidade que há nos gestos. Diálogos Urbanos ardem, contemplam o belo, implícito na miséria humana, como desconcertante paradoxo, nos fazendo refletir a transitoriedade poética dos contrastes sociais”.
A professora Carol Gusmão, que também atua em curadorias artísticas, deixou registradas as suas impressões sobre as obras de Pedro Caetano, na galeria do Complexo. “Nós, os que compreendemos seu código, só temos a agradecer por esta deliciosa subversão. A arte de Pedro vai além do lugar comum da paisagem e dos personagens locais: apresenta-se como relevos de sua própria mente-coração, por onde – tenho certeza – sempre habitarão as saudáveis e permanentes dúvidas através das quais a arte evolui. E evoluirá”, pondera.
Esta é a segunda exposição realizada pela Diteal com as portas da galeria fechadas ao público. A primeira foi a coletiva Amostra Grátis, com curadoria de Viviani Duarte e Rosivaldo Reis, que expôs as obras na fachada de vidro do Complexo Cultural Teatro Deodoro, com banners ampliados das pinturas e desenhos, possibilitando a contemplação da arte pelos que passavam pela Praça Deodoro, no Centro de Maceió.
“Em 17 de março, através de Decreto Governamental, tivemos de fechar todos os equipamentos culturais, exigindo que buscássemos alternativas para continuarmos atuantes. Trouxemos, então, a 3ª Edição da Amostra Grátis. Recebemos agora “Diálogos Urbanos”, trazendo um olhar poético e cheio de questionamentos da nossa Maceió de hoje. Teremos a exposição física, nos preparando para o retorno gradativo do público in loco, 10 outdoors espalhados pela cidade com reprodução das telas, uma ação muito democrática de acesso à arte, principalmente nas circunstâncias atuais, e o tour virtual no nosso site. Convidamos a todos, mantendo nosso compromisso de continuarmos buscando e encontrando caminhos para o exercício de nossa missão institucional”, pontuou o gerente artístico e cultural da Diteal, Alexandre Holanda.
Sobre o artista:
Pedro Caetano nasceu em Fortaleza, Ceará, em 1984. Ainda criança, veio morar em Maceió. Desde a infância, sempre esteve envolto pelas linguagens artísticas. Observava admirado, sua mãe riscar, modelar, cortar, costurar, emendar. Seu pai lhe apresentou os primeiros acordes do violão. Assim, ele foi despertando o seu olhar artístico atento e sensível.
Estudar arquitetura abriu-lhe as portas para a pintura. Apaixonou-se completamente pela história da arte. Inspirado pelas obras de Iberê Camargo, Cândido Portinari e Di Cavalcante, começou a desenvolver suas primeiras pinturas. Se identificou com os entalhes em madeira de Lasar Segall, ao conhecer a técnica de xilogravura.
Graduado em Arquitetura e Urbanismo, pelo Centro Universitário Cesmac, Maceió, em 2008; pós-graduado lato sensu em Paisagismo, pela Universidade de Fortaleza (Unifor), em 2012. Participou de cursos de processo criativo, desenho artístico e história da arte, pela Escola Panamericana de Arte e Design de São Paulo, em 2012; da Oficina aberta “Pintura prática e reflexão”, com Paulo Pasta, no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, em 2016; da Maratona de Pintura, com Deborah Paiva, no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, 2016; do Curso sobre a Arte do Século XXI, com Marcelo Rocha, pelo Parque Lage EAV-RJ, Brasil, 2020 (em andamento).
Já expôs em Maceió, Fortaleza e São Paulo. Em 2008, iniciou sua trajetória artística participando de uma exposição coletiva, “Intimidades”, na ESAMC – Maceió. Sua primeira exposição individual “Na janela do Olhar”, aconteceu na Fundação Pierre Chalita – Maceió, em 2012. Ao todo, participou de quinze exposições coletivas e quatro exposições individuais.
“Diálogos Urbanos” é sua quinta exposição individual. Recebeu Menção Honrosa no XV Salão de Pintores Alagoanos do Tribunal Regional do Trabalho – Maceió, em 2013; 1º lugar na categoria pintura no 29º Salão de Artes da Marinha – Maceió-, 2013; Menção Honrosa Exposição coletiva “Arte Para Todos os Sentidos”, Instituto da Visão – Maceió, em 2017.
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