Alagoas
Enfermeiras alagoanas coordenam em Alagoas pesquisa nacional da Fiocruz
A pesquisa nacional da Fiocruz “Condições de Trabalho dos Profissionais de Saúde no Contexto da Covid-19 no Brasil” conta com a coordenação estadual das professoras e enfermeiras Cristiane Maria Alves Martins e Tânia Kátia de Araujo Mendes . Até agora já foram preenchidos 205 formulários em Alagoas.
O objetivo do estudo é conhecer as condições de vida e trabalho de médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e fisioterapeutas que atuam diretamente na assistência e no combate à pandemia do novo coronavírus. A pesquisa tem parceria dos Conselhos Federal de Enfermagem (Cofen) e Conselho Federal de Medicina (CFM).
De acordo com Boletim Epidemiológico Especial nº 27 do Ministério da Saúde, até o dia 15 de agosto, foram registrados 1.169.398 casos de Covid-19 em profissionais de saúde de todo o país. As profissões de saúde com maiores registros dentre os casos confirmados de Síndrome Gripal por COVID-19 foram técnicos/auxiliares de enfermagem com 88.358 casos (34,4%), seguido dos enfermeiros com 37.366 (14,5%).
O Conselho Regional de Enfermagem de Alagoas (Coren-AL) tomou conhecimento de 1.208 casos confirmados e suspeitos, além de 7 óbitos no estado entre os profissionais. A atualização do número de casos de profissionais com covid é feita quando uma instituição de saúde do Estado comunica novos casos ao Coren-AL. Os números, porém, ainda não refletem a atual situação vivida, pois o Conselho ainda aguarda os dados de instituições que ainda não responderam a solicitação.
Para o presidente do Coren-AL, Renné Costa, a pesquisa dará subsídios para mostrar aos políticos brasileiros que no momento mais importante, o profissional de enfermagem se expôs, mesmo sem condições, para oferecer uma assistência digna.
“Averiguamos muitas unidades de saúde durante a pandemia, sabemos o quanto os profissionais tiveram que se expor a situações desgastantes para realizar seu trabalho. Com o resultado dessa pesquisa teremos mais voz para comprovar aos gestores e políticos as nossas principais dificuldades”, afirmou Renné.
A professora Tânia explica que a pesquisa ofertará aos gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) e aos trabalhadores um diagnóstico preciso sobre as fragilidades e até possíveis potencialidades cotidianas no processo de trabalho em saúde. “Considerando que essa condição adequada é um agente estimulador e motivador para uma assistência mais segura aos usuários e certamente à redução de acidentes de trabalho aos próprios trabalhadores, o produto poderá ser a curto, médio e longo prazo um ambiente adequado com práticas mais humanizadas e racionalização de recursos medicamentosos, financeiros e redução de absenteísmo ao trabalho”, explicou a professora Tânia Mendes.
Para professora Cristiane Martins, a pesquisa pode auxiliar em antigas lutas dos profissionais de saúde. “Outro ponto importante é que através das evidências demonstradas no resultado da pesquisa poderemos subsidiar a criação de políticas públicas que venham reconhecer o trabalho diário, diuturnamente dos profissionais da área da saúde, e que mesmo assim não tem um piso salarial reconhecido, descanso assegurado, tempo de trabalho máximo para aposentadoria, condições e infraestrutura dignas para exercer seu trabalho.”, afirmou a professora Cristiane.
O estudo liderado pela Fiocruz conhecerá a realidade das condições de trabalho dos profissionais na linha de frente da Covid-19 buscando compreender o ambiente e a jornada de atividade, o vínculo com a instituição, a vida do profissional na pré-pandemia e as consequências do atual processo de trabalho, envolvendo aspectos físicos, emocionais e psiquícos desse contingente profissional.
O questionário será respondido on-line e leva de 10 a 15 minutos para ser totalmente preenchido. A identidade do participante será preservada.
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