Geral
Isolamento reduz casos de pacientes internados com intoxicação por medicamentos
O número de pessoas internadas no Hospital de Emergência do Agreste, em Arapiraca, por conta do uso indevido de medicamentos, nesse período da pandemia da Covid-19, registra uma redução da ordem de 39%.
Entre os meses de março e julho de 2019, os casos de intoxicação por medicamentos foram responsáveis por 264 internamentos.
No mesmo período deste ano, conforme levantamento feito no HE do Agreste, 161 casos de pacientes estavam relacionados ao uso indevido de remédios.
De acordo com a farmacêutica Ana Renata Leandro, a automedicação ainda é uma prática muito comum em nossa sociedade.
“O ideal é a pessoa procurar a orientação de um especialista médico. A ingestão inadequada de medicamentos pode provocar sérios prejuízos à saúde e, em alguns casos, levar a pessoas até a morte”, alerta a farmacêutica do HE do Agreste.
Ana Renata atribui grande parte da redução dos casos de intoxicação por medicamentos ao período da pandemia da Covid-19.
“As pessoas estão mais informadas e cuidadosas”, acrescenta.
Perfil
Dados mais recentes do Conselho Regional de Farmácia mostram que, entre os anos de 2010 e 2017, foram notificados 565.271 casos de intoxicação no Brasil.
Destes, 298.976 tiveram o medicamento como agente tóxico mais frequente, correspondendo a 52,8% do total das ocorrências.
Os dados são objeto do estudo ‘Caracterização do perfil das intoxicações medicamentosas por automedicação no Brasil’ produzido por um grupo de farmacêuticos pesquisadores e publicado no último dia dez de maio, na revista Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento (RESEARCH, SOCIETYDEVELOPMENT). As informações utilizadas para o embasamento da pesquisa foram coletadas no site do DataSUS, a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
Os medicamentos intoxicaram mais que drogas de abuso, agrotóxicos agrícola e raticida, responsáveis por 88.686 (15,6%), 37.950 (6,71%), 34.027 (6,01%) dos casos respectivamente.
As notificações com menor predominância foram dos cosméticos com 7.751 (1,37%). A pesquisa reforça o alerta sobre o uso indiscriminado de medicamentos no país.
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