Economia
Bolsas de NY têm sessão volátil e fecham em alta após tombo, mas registram perdas
Em um pregão volátil, as bolsas de Nova York conseguiram firmar uma recuperação, após a forte queda desta quinta, 11, e fecharam em alta. Na semana, porém, os principais índices acionários americanos acumularam perdas, em meio a temores de uma segunda onda de infecções por covid-19 e declarações cautelosas do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre a retomada econômica nos Estados Unidos.
Depois de ter registrado ontem o maior recuo porcentual desde 16 de março, o índice Dow Jones subiu 1,90%, a 25.605,54 pontos. O S&P 500 registrou alta de 1,31%, a 3.041,31 pontos, e o Nasdaq avançou 1,01%, a 9.588,31 pontos. Durante a sessão, no entanto, os três índices acionários chegaram a operar em baixa. Na comparação semanal, as perdas foram de 5,52%, 4,77% e 2,30%, respectivamente
“Não houve catalisador específico para a alta do mercado acionário fora do fato de que a quinta-feira foi o pior dia para as ações desde março, portanto, uma alta de alívio não é incomum”, avalia a diretora de estratégias cambiais da BK Asset Management, Kathy Lien.
No final da manhã desta sexta, 12, a Universidade de Michigan informou que o sentimento do consumidor americano, importante indicador da retomada econômica, subiu de 72,3% em maio para 78,9 em junho. Lien diz que os dados superaram a expectativa, mas minimiza: “o aumento não pegou ninguém de surpresa, já que a recuperação prévia das ações e a reabertura nos estados americanos certamente aumentaria o sentimento.”
As preocupações com uma possível segunda onda do coronavírus, no entanto, permanecem no radar. “Novos casos nos EUA continuam a subir em partes da economia, como o Texas, que foram reabertas”, afirma o estrategista global do Rabobank Michael Every.
Para analistas do Brown Brothers Harriman (BBH), enquanto o Fed e outros bancos centrais continuarem a injetar grandes quantidades de liquidez no sistema financeiro, os ativos de risco devem se recuperar. Hoje, a autoridade monetária americana publicou um relatório em que se comprometeu com “taxas de juros de longo prazo moderadas”. Presidente da distrital de Richmond do Fed, Thomas Barkin alertou para as consequências do endividamento que resultará da crise.
No S&P 500, os setores mais beneficiados hoje pela recuperação foram o imobiliário (+3,16%), o financeiro (+3,01%) e o de energia (+2,71%). As ações da Boeing estiveram em destaque e subiram 11,48%. Entre os bancos, os papéis do Citigroup avançaram 7,98%, os do Wells Fargo registraram alta de 4,40% e os do Morgan Stanley ganharam 3,84%.
Autor: Iander Porcella
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