Alagoas
Museu da Imagem e do Som guarda um dos maiores acervos de tecnologia em Alagoas
Fundado em 1981, o Museu da Imagem e do Som de Alagoas (Misa), situado no histórico bairro de Jaraguá, oferece ao público uma das maiores linhas do tempo existente em Alagoas sobre o tema tecnologia da informação. O Instituto de Tecnologia em Informática e Informação (Itec) visitou esse material e enriqueceu a coleção doando cartões de memória da época em que se fazia programação em computadores do tamanho de uma sala inteira.
O Misa faz parte do organograma de espaços de memória da Secretaria de Cultura (Secult). O prédio histórico, que segundo relatos teria sua pedra fundamental colocada em 1869, porém só sendo inaugurado em 1870, já foi “recebedoria e coletoria” estadual, seja lá o que sejam essas instituições e, por último, Secretaria da Fazenda até 1982, quando foi cedido ao Museu. Todo mérito da criação do Misa é de um nome importante para a cultura alagoana, o teatrólogo e visionário Bráulio Leite Júnior.
“O Doutor Bráulio Leite, que na época era presidente da fundação do Teatro Deodoro, foi quem criou o Museu. A ideia dele era resgatar e preservar a memória, tanto é que hoje temos 12 mil fotos da antiga Maceió, oito mil discos de vinil, fora outros objetos de áudio, vídeo, alguns recortes de jornal e duas bibliotecas. Na época, ele pôs um aviso nos jornais pedindo à população coisas antigas ligadas á imagem e som, então o pessoal foi doando e foi-se montando o Museu” explica Gilberto Leite, servidor do Misa desde 1983.
O Misa foi instalado no prédio atual em 1982. Quando surgiu em 1981, funcionava na Sala Hekel Tavares, no Teatro Deodoro, outra influência de Bráulio Leite que era presidente da Fundação Teatro Deodoro (Funted) à época. Após mudar para o novo prédio, o Museu só passou a funcionar efetivamente em março de 1987.
“Além do Misa e a Funted, o Centro de Belas Artes também foi idealizado por Bráulio Leite. Era uma pessoa ligada diretamente à cultura, vivia cercado por outros intelectuais, historiadores. Ele viu museus da imagem e do som em outros lugares e resolveu instalar um em Maceió. Hoje, o Misa é um dos mais visitados, principalmente por pessoas de arquitetura, história, muitos estudantes para feito de pesquisa. Muito do nosso acervo de imagem encontra-se digitalizado” diz Gilberto, que estima ainda que o Misa abriga atualmente algo em torno de 120 a 125 peças, entre telefones, televisores, rádios, projetores de cinema, e outros objetos ligados à imagem e som.
O Misa também oferece uma visita à história de três expoentes da comunicação alagoana: os jornalistas Edécio Lopes, Freitas Neto e Valmir Calheiros.
Além de ser museu, Misa também recebe eventos. Mostras de cinema, projeções mapeadas artísticas e audiovisuais, palestras, cursos e workshops são algumas das ações realizadas pelo museu e até mesmo artistas acrobatas já utilizaram sua fachada como parte de performance. O acontecimento mais recente foi a 9ª Bienal do Livro de Alagoas, promovida pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que aconteceu no Jaraguá inteiro e que utilizou o prédio como um de seus anexos, com debates sobre racismo, feminismo, desenvolvimento econômico e, no térreo, literatura infantil.
“Os interessados em utilizar as dependências do Museu para eventos, devem dar entrada num oficio na Secult, informando a data, o tipo do evento, etc. Lembrando que a capacidade máxima do nosso auditório é de 80 pessoas. Bom, esse trâmite é feito na Secretaria, o oficio é enviado para cá e a gente faz o agendamento, entrando em contato com o pessoal que tá organizando o evento para os preparativos iniciais” informa Thiago Lobo, coordenador do Misa.
“Sobre doações, infelizmente no momento não estamos recebendo aparelhos e equipamentos, pois não temos espaço para alocar e sempre chegam pessoas querendo doar. Para visitação, o Museu funciona das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira. Quem quiser trazer grupos, basta fazer um agendamento pelo e-mail [email protected]”, finaliza o coordenador.
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