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Ibovespa fecha o pregão em queda de 1,49%, aos 106.751,11 pontos
As tensões políticas internas e na América Latina deixaram os investidores ressabiados na sessão de negócios desta terça-feira do mercado acionário brasileiro e resultaram em disparada nas ordens de venda dos ativos em carteiras. O Ibovespa encerrou o dia em baixa de 1,49%, aos 106.751,11 pontos, voltando próximo ao fechamento de 24 de outubro.
“De uma hora para outra apareceram muitas nuvens e as pessoas correram para baixo da marquise. Mas acho que é só chuva, não é um tsunami”, afirmou Alexandre Espirito Santo, economista da Órama.
Na avaliação de Espirito Santo, esse humor mais azedo dos investidores reflete um pouco a situação atual na América Latina, com os movimentos políticos no Chile – onde o dólar chegou a superar a marca de 800,10 pesos chilenos, recorde histórico, em dia de greve geral no país e em meio a avanços nas discussões sobre uma nova Constituição – e na Bolívia. “Não são questões para dar de ombros”, ressalta.
Internamente, o rearranjo partidário do presidente Jair Bolsonaro, que anunciou sua saída do PSL para a criação da Aliança pelo Brasil, é um elemento que traz incerteza a partir da leitura de que poderá haver uma remodelação de forças no Congresso Nacional. Muito embora o presidente nacional do partido, Luciano Bivar (SP), que ocupa a segunda vice-presidência da Câmara, tenha declarado que o partido não vai barrar projetos do governo.
A sessão também foi marcada por uma realização natural após ter prevalecido nas últimas semanas renovação de máximas históricas que levaram o Ibovespa acima dos 109 mil pontos, e que resultou no pregão desta terça-feira em uma correção mais significativa, na avaliação de um analista do mercado.
O dia começou positivo especialmente na Europa, com a melhora do índice de confiança da Alemanha e a expectativa de que o presidente americano Donald Trump anunciasse adiamento de sobretaxas sobre as montadoras do continente, o que acabou não se confirmando. Em Nova York, o dia foi de leves variações, fraco de novidades, proporcionando menos impulso do que parecia antecipar o mercado.
Autor: Simone Cavalcanti e Luis Eduardo Leal
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