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Em mais um dia de protestos, índios do Equador começam a dialogar com governo
Centenas de manifestantes, muitos encapuzados, tomaram diversos locais de Quito, Capital do Equador, neste sábado, paralisando ruas e atacando veículos particulares. O protesto ocorreu na esteira dos atos contra a elevação dos preços dos combustíveis, decretada no início no início do mês, e no mesmo dia em que indígenas abriram canais de diálogo com o governo de Lenín Moreno.
As cenas de bloqueios com plantas, madeira e montes de terra, que no início do dia eram esporádicas, se generalizaram ao mesmo tempo em que a violência se espalhou pela cidade. Haviam ainda grupos de manifestantes em caminhonetes ou à pé, com bandeiras e em meio a gritos de protesto.
Nas regiões mais altas da capital foram reportados cortes do serviço de água. O município de Quito informou que as vias que chegam ao aeroporto estão bloqueadas por manifestantes.
O prefeito da capital, Jorge Yunda, disse que os manifestantes têm o direito de protestar. “Porém não vamos permitir que se vá além de um protesto”, disse.
O governo federal, principal alvo dos protestos, não se manifestou.
Em meio à situação, a Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie) disse por meio do Twitter que, após consulta com as comunidades, decidiu participar do diálogo direto com o presidente.
Minutos depois do tuíte da tarde de sábado, Leonidas Iza, líder quíchua da província de Cotopaxi, disse à televisão Ecuavisa que os indígenas pediram “condições mínimas para o diálogo”, incluindo o fim da violência do governo contra manifestantes.
Desde o início dos protestos, cinco pessoas morreram, sendo uma delas um líder indígena.
Até ontem, manifestantes indígenas haviam se recusado a negociar até que Moreno restaurasse os subsídios à gasolina.
Este é o principal ponto da batalha entre manifestantes e o governo. Em meio à crise fiscal, o presidente Lenin Moreno aumentou impostos, modernizou a legislação trabalhista e eliminou subsídios aos combustíveis, que fez com que o galão da gasolina subisse de US$ 1,85 a US$ 2,39.
O pânico e a especulação provocaram a disparada dos preços, com os custos de alguns produtos duplicando – como o mamão e as tarifas de ônibus rurais. Fonte: Associated Press.
Autor: AE
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