Política
Operações de Queiroz tinham ‘padrão’, diz MP
Dados das movimentações bancárias suspeitas de Fabrício Queiroz em 2016 sob análise do Ministério Público do Rio mostram um padrão de operações em dinheiro vivo que enfraqueceria a defesa do ex-assessor parlamentar do hoje senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) – e reforçaria os indícios de que sua conta foi usada como “passagem” para dissimular a origem e o destino dos recursos. A análise dos depósitos e saques na boca do caixa feitos por Queiroz em 2016, registrados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), indica um padrão: regularidade de valores, alternância de agências e de datas e fracionamento de quantias.
De janeiro a dezembro de 2016, a conta no Itaú aberta por Queiroz na agência Personnalité Freguesia, próxima de sua casa, no Rio, movimentou R$ 1,23 milhão – créditos e débitos. Os depósitos em dinheiro representam um terço do total de R$ 605.652 que entrou na conta. Os saques na boca do caixa representam a metade do valor que saiu da conta – a outra parte saiu por meio de transferências e pagamentos de títulos.
O mapa com locais, datas e valores das operações de saque mostra 175 retiradas e 54 depósitos. Em média, Queiroz sacou R$ 26 mil por mês em dinheiro da conta. Pelo padrão, é possível notar que os saques se concentraram em três áreas principais: a maior quantia nos caixas da agência que funciona na Assembleia Legislativa do Rio (R$ 159.982), além das agências de ruas e praças do entorno; caixas na Barra da Tijuca – onde mora a família Bolsonaro – e em bancos próximos da casa de Queiroz. Promotores identificaram ainda um padrão de saques, fracionados em R$ 5 mil e R$ 7 mil.
A defesa de Queiroz alega que o dinheiro servia para pagar assessores externos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Autor: Ricardo Brandt
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