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Eduardo Bismark quer imagens para ver se Delegado Waldir estava armado na CCJ
O deputado Eduardo Bismarck (PDT-CE) disse que vai pedir ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Felipe Francischini (PSL-PR), a verificação de imagens do sistema de segurança para determinar se o líder do PSL, Delegado Waldir (GO), estava armado ou não no plenário da comissão.
Ele disse ainda que Francischini agiu mal e deveria ter lacrado o plenário, impedindo a saída de parlamentares. “O que os deputados estão comentando é que houve uma proteção a Waldir e a arma passou de mão em mão”, disse. Waldir, por sua vez, alega que carrega apenas o coldre.
A confusão se instalou quando deputados de oposição ainda tentavam emplacar questões de ordem, recusadas pelo presidente da CCJ. Os congressistas se aglomeraram à frente da mesa tentando impedir a leitura do parecer pelo relator, Marcelo Freitas (PSL-MG).
Em determinado momento, Waldir se apoiou sobre a mesa da comissão, e uma fenda no paletó deixou o coldre à vista. Bismarck bradou que o deputado estava armado.
Começou um empurra-empurra e deputados chegaram a agarrar Waldir tentando identificar a arma. O deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) disse que, ao segurar a mão do líder do PSL, tocou na arma. A sessão chegou a ser suspensa.
Mesmo depois da retomada dos trabalhos, o bate-boca continuou por conta da ausência de disponibilidade do relatório de Marcelo Freitas para que os deputados pudessem acessá-lo. Até mesmo um dos principais nomes do Centrão, o líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), cobrou do relator a publicação do parecer.
“Essa pauta não é sua nem do governo”, disse Lira. “Já fui presidente da CCJ e sempre tivemos uma atuação muito harmoniosa”, afirmou.
‘Roubar’ relatório
A oposição antes já gritava para “roubar” o parecer do relator, que até então não havia sido disponibilizado no sistema. Era uma estratégia final para tentar protelar ainda mais a leitura do relatório, após a rejeição do requerimento de retirada de pauta por 40 votos a 7. Outros 13 deputados obstruíram.
Deputados então tentaram pedir vista antecipada para impedir a leitura do relatório ainda para tentar postergar os trabalhos. “Seria ilegalidade não conceder pedido de vista do parecer da reforma”, argumentou a deputada Maria do Rosário (PT-RS). Relator da reforma do ex-presidente Michel Temer, o deputado Arthur Oliveira Maia (DEM-BA) disse que não há que se pedir vista porque o relatório ainda não estava disponível. “Nunca ouvi pedir vista de relatório que ainda não foi lido”, afirmou.
A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) afirmou que o pedido de vista antes de o parecer ser lido “está no regimento”. Francischini, porém, decidiu contra o pedido da oposição. “É falsa a premissa de que o pedido de vista pode ser dado a qualquer momento. Parecer precisa ser disponibilizado para que haja pedido de vista”, disse.
Francischini ainda citou decisões tomadas em reformas anteriores, como a de 2003 (governo Lula), quando as vistas só foram concedidas após a disponibilização do relatório.
Autor: Idiana Tomazelli e Adriana Fernandes
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