Parodiando Bertolt Brecht: “ Há homens que lutam por um dia, e são bons; há outros que lutam por um ano, e são melhores; mas há os que lutam por toda a vida – esses são imprescindíveis”.

Nesse sentido, o jovem cientista social maceioense Marcos Vasconcelos Filho, tem raízes viçosenses, e, portanto, empreendeu profunda pesquisa sobre o médico formado na vetusta Faculdade da Bahia José Lages Filho( 1910/19997), contextualizando o professor, o geógrafo, o historiador, o presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas ( IHGA),bem como o clínico, o institucionalizador da Medicina Legal.

Por outro lado, teceu comentários abalizados no que diz respeito o prosaico e o mosaico, Os Salgado Lages, Sob o mistério da Bahia, No recanto do recanto, Do lago de Narciso, O  pergaminho de Clio, Memórias, José Lages Filho na sua bem-sucedida trajetória de renomado médico alagoano.

Diga-se, de passagem, fez chegar às minhas mãos o documentário memorialista com fidalga dedicatória: “ Ao meu caro amigo, jornalista, economista e professor Laurentino Veiga, com as homenagens do autor”.  Conheço-o há várias décadas e, por conseguinte, a amizade fora formada pela convivência literária do cotidiano.Sempre solícito à minha singularíssima pessoa e, por essas razões, somos cúmplices da historicidade de nosso tempo.

Dessa forma, torna-se imperativo  comentar sobre sua valiosa obra de trezentas e sete páginas recheadas de fotos do biografado, bem como aliadas a vastas referências onde se baseou a fim trazer à tona uma biografia que estava faltando nas bibliotecas caetés.É, sem dúvida, um livro capaz de retratar com fidelidade a vida, a obra daquele que soube exercer a medicina como médico de família.

Na contracapa, vê-se Dr. José Lages Filho – Clínica Médica de Adultos e Creanças –situada na Rua do Comércio, 235 – Telephone: 472 – Maceió – Alagoas. No dizer do escritor-historiador Marcos Vasconcelos Filho: “ Esta publicação é comemorativa dos 100 anos de nascimento do médico alagoano José Lages Filho ( 1910/1997). Neste ensaio, contextualizam-se o professor, o geógrafo, o historiador, o presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas ( HGAL).o clínico, o institucionalizador da Medicina Legal em seu Estado e o primeiro perito das cabeças dos cangaceiros nordestinos que, capitaneados por Lampião, sucumbiram às volantes alagoanas em Sergipe no final de julho de 1938”.

Dir-se-ia   que o pesquisador fora muito feliz quando escolheu o inolvidável médico Ib Gatto Marinho Falcão ( 1914/2008) para escrever o Prefácio de seu majestoso livro: “Fraternidade e sintonia que ultrapassaram mais de meio século uniram a serenidade e aparente timidez de Lages Filho à minha constante inquietação e inconformidade com a placidez da vida e introspecção. Nunca divergimos; antes nos completávamos na apreciação dos problemas e soluções que se nos defrontavam”.

Nesse universo de cumplicidade, tornaram-se amigos quer na medicina, quer nos meios literários. “ Colegas na Faculdade de Medicina da Bahia, embora distantes no contato pessoal, porque ele no final do curso universitário, enquanto eu o iniciava, no entanto a alagoanidade fremia envaidecida nas superiores referências acadêmicas do alagoano engrandecido com o prêmio maior ( medalha Alfredo Britto) da venerada instituição”.

Felicito Marcos Vasconcelos Filho pela iniciativa de escrever A sugestão das Faces e, ao mesmo tempo, ter me proporcionado receber tão honrada atenção ao amigo  familiar de tantos anos.