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A Saga Sanguinária
O saudoso jornalista investigativo José Jurandir de Oliveira, então sócio da Associação Alagoana de Imprensa, trabalhou no jornal A Luta Democrata do lendário deputado Tenório Cavalcanti, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no extinto Jornal de Alagoas, Tribuna de Alagoas e na Gazeta de Alagoas transformada em Semanário.
Nas suas andanças nas redações desses veículos de comunicação, JJ como eu o chamava, sobrou-lhe tempo para escrever o livro Os Crimes Que Abalaram Alagoas, compreendido nos períodos 1556/1816/1817 até 2006. Prefaciado pelo historiador Dirceu Lindoso, cujas orelhas escritas pelo mestre Edson Bezerra, doutor em Sociologia UNEAL/UFAL.
Diga-se, de passagem, são duzentas e noventa e oito páginas que narram A Saga Sanguinária que, por sua vez, ensanguentou o solo alagoano com crimes que se tornaram notícia nacional. E, por isso, merecem destaque as figuras políticas, religiosas, bem como o famoso tiroteio na Assembleia Legislativa ocorrido no dia 13 de setembro de1957.
Dentre esses sanguinolentos assassinatos , destacam-se: o de dom Pero Fernandes Sardinha, primeiro bispo do Brasil, massacrado pelos terríveis caetés no dia 16 de junho de 1556.Esquartejamento de Domingos Fernandes Calabar ocorrido no dia 22.7. 1635. Zumbi dos Palmares morto em 20.11.1695, Dia da Consciência Negra. Bráulio Cavalcanti, assassinado a mando do ex-governador Euclides Malta em 10.3.1912. Delmiro Gouveia morto em 10.10.1917.Lampião morto no dia 28.7.1938. Ex-prefeito de Palmeira dos Índios Lauro de Almeida morto em 26.2.1926.
O historiador Geraldo de Majella escreveu na contracapa da obra em epígrafe, o resumo de toda essa carnificina. E, por isso, torna-se imperativo transcrever sua versão. “ A naturalização da violência e a sua utilização política criaram na sociedade alagoana ilhas de refúgio e poder. Entre elas, a mais famosa organização criminosa clandestina de Alagoas, o Sindicato da Morte. Essa entidade se fez respeitável, e seus honorários dirigentes contaram sempre e constantemente com o apoio dos governadores, em todas as épocas. Em alguns casos tornaram-se aliados e cúmplices, sendo recebidos solenemente em Palácio”.
“ Essa sinalização de poder irradiava por todo o território alagoano. A certeza de que os honoráveis dirigentes exerciam influência nos poderes constituídos ( Executivo, Legislativo e Judiciário), em igual amplitude nos municípios se reproduziu. O trabalho minucioso realizado no levantamento dos crimes contra a vida, expostos no livro, abrirá linhas de pesquisas entre os estudiosos desse tema e os que estudam a política alagoana e nordestina, pois os fatos se inter-relacionam”.
No dizer do escritor Dirceu Lindoso: “ O período 1950 a 2006 é o mais bem explorado no livro, no qual se acham registrados com maiores detalhes os assassinatos, chacinas, crimes passionais e, também e essencialmente, as renhidas disputas pelo controle do território e pelo o poder político em Alagoas. A violência foi o meio encontrado para se operar politicamente em Alagoas no século XX, e o aparelho de Estado foi mantenedor dessa prática.O que diferencia os políticos do passado envolvidos com a criminalidade e os do presente talvez seja a modernização dos atos criminosos e a inserção deles no aparelho de segurança pública”.
Dir-se-ia que a radiografia traçada pelo autor traz a triste passagem criminosa ocorrida em Alagoas como um todo.Felizmente, vive-se uma nova realidade onde os agentes políticos seguem nova direção.Ou seja, servir à população com políticas públicas voltadas ao bem-estar do povo em geral.Organização: Francis Lawrence.
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