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Em defesa da liberdade
Conheço Ricardo Velez Rodriguez de dois lugares que também frequento: o Conselho Técnico da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, para a qual fui indicado pelo saudoso general Leônidas Pires Gonçalves. Se posso resumir o meu sentimento, em relação ao novo ministro da Educação, é de esperança. Ele é um homem de vasta cultura e se souber se cercar de modo adequado tem tudo para dar certo, nessa difícil missão.
A aceitação do convite se deu porque o presidente eleito, Jair Bolsonaro, traduziu com coragem e simplicidade os anseios da população brasileira com a proposta de governo centrada no lema “Mais Brasil, menos Brasília”. Para tornar realidade esse objetivo, no âmbito do Ministério da Educação, é preciso recolocar o sistema de ensino básico e fundamental a serviço das pessoas e não como opção burocrática, como ocorre atualmente. Como professor e intelectual que pensa nos paradoxos estratégicos do Brasil, na sua visão, é necessário o enquadramento do MEC no contexto da valorização da educação para a vida e para a cidadania a partir dos municípios.
Ele aposta que a municipalização se traduza na formulação de leis que tornem exequíveis as funções docentes, e as instâncias federal e estaduais entrem apenas como auxiliadoras dos municípios, nos casos em que ocorrerem carência de recursos. Abordando outro aspecto dessa proposta, a União e estados atuariam como integrantes das políticas que, efetivadas de baixo para cima, seriam a verdadeira face educação brasileira, sem nenhum resquício de soluções extravagantes ou delirantes, pensadas nos gabinetes do Executivo. Ao contrário, a partir de agora, as ideias virão das realidades dos conglomerados urbanos onde os cidadãos vivem.
Ricardo Vélez Rodríguez pretende, dentro de sua gestão no MEC, preservar os valores morais ligados à preservação da família e do humanismo. Para ele, a sociedade brasileira é conservadora e não concorda com as tentativas de implantação de projetos que procuram incutir experiências que desrespeitam os valores tradicionais. Adepto do conceito da Escola sem Partido, ele se coloca contra todo e qualquer tipo de discriminação e também não concorda com a instrumentalização da educação com finalidade político-partidária. A educação deve olhar para as pessoas, mantendo princípios e sua liberdade. Só assim o país poderá reverter o quadro negativo de desvalorização dos professores, notadamente no ensino fundamental e médio.
O futuro ministro discorda da discussão sobre questões de gênero em sala de aula, achando que se trata de um debate abstrato. Ao mesmo tempo, garante que a universidade pública vai permanecer pública, mas vai lutar por uma gestão eficiente, já que ela é mais cara do que a universidade particular. Os colégios militares serão sempre bem-vistos como bons exemplos para as demais instituições de ensino, mas não para que virem colégio militar. Sobre o ensino médio, ele defende que os alunos já saiam prontos para entrar no mercado de trabalho.
Por enquanto, não se sabe ainda como será a estrutura do MEC. Fala-se em unificação de Educação com Cultura e Esportes, e ainda numa possível gestão do ensino superior pelo Ministério de Ciência e Tecnologia. Mas de uma coisa podemos ter certeza: o novo ministro quer mudanças na elaboração do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Ele acha que a prova precisa avaliar realmente os conhecimentos e evitar doutrinação, não obrigando os alunos a assumir determinadas posições políticas. Agora, é esperar a posse e torcer por uma boa gestão. Boa sorte!
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