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Piloto é encontrado cinco dias após queda de avião em Mato Grosso
O piloto Maicom Semêncio Esteves, de 27 anos, foi encontrado vivo cinco dias depois de a aeronave que conduzia ter caído em uma área de mata em Peixoto de Azevedo, a 602 quilômetros de Cuiabá, no norte de Mato Grosso. Ele era o único ocupante de um avião agrícola de pequeno porte e foi encontrado após buscas conduzidas por trabalhadores da fazenda onde aconteceu a queda.
O piloto estava desaparecido desde o sábado, 3, quando o avião modelo Neiva BEM-201, matrícula PT-GSH, caiu no norte de Mato Grosso. Ele havia saído de Porto Nacional, em Tocantins, às 9 horas da manhã do sábado. Pousou em Confresa, a 1.160 km de Cuiabá, onde abasteceu. Ao meio-dia desceu em Matupá, a 695 km de Cuiabá, onde fez novo abastecimento. E depois levantou voo com destino à Alta Floresta, onde iria “aplicar remédio numas plantações”.
Em menos de dez minutos após iniciado o último voo, o piloto percebeu que o motor falhava e que estava perdendo altitude. Experiente, ele buscou encontrar um local para pouso de emergência. Mas não houve tempo. A hélice e as asas se chocaram contra árvores e a aeronave pegou fogo ao colidir contra o chão.
O primeiro sinal do acidente ouvido pelos trabalhadores da fazenda foi a explosão causada instantes depois da queda. O piloto já havia conseguido se desvencilhar e escapara de sofrer outros ferimentos. “Em menos de duas horas e meia o grupo chegou ao local e só encontrou destroços da aeronave”, contou o fazendeiro Leonísio Lemos Melo Junior, um dos coordenadores das equipes de busca. “O avião todo destruído, pegando fogo. O grupo andou pela mata mas não encontrou o piloto”, continuou.
Esteves contou que estava com um GPS via satélite e através do aparelho localizou um córrego, entre as fazendas Duas Meninas e a Lua Nova. Lá permaneceu até o resgate por volta das 12h30 desta quarta-feira, 7. Muito debilitado, com cabeça machucada, queimaduras de primeiro e segundo graus, ele recebeu os primeiros socorros ainda no local. Uma maca foi improvisada com pedaços de árvores e roupas dos homens que integravam a equipe de busca.
“Ele já tinha se entregado. Não conseguia mexer os braços, as pernas, as queimaduras ardiam”, contou, por telefone o pai do piloto, Martinho Lopes Esteves, comerciante na cidade Primeiro de Maio, norte do Paraná.
Esteves recebeu atendimento médico em um hospital regional de Peixoto de Azevedo, mas será transferido por recomendação médica para Sorriso, a 398 km de Cuiabá, onde tem hospital especializado em queimaduras, contou, por telefone, o irmão Diego Esteves. O irmão disse que no dia em que foi encontrado piloto já apresentava problemas renais por causa da desidratação mas que agora este problema já estava solucionado e o piloto reagia bem.
Autor: Fátima Lessa, especial para o Estado
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