Alagoas
Ônibus itinerante facilita a vida de quem quer entregar uma arma de fogo
A taxa de mortalidade por armas de fogo no Brasil, indicador que leva em conta o crescimento da população, ficou em 30,33 óbitos para cada 100 mil habitantes, em 2016. Essa taxa é a mais alta já registrada pelo Atlas da Violência, estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Nacional de Segurança Pública.
De acordo com o especialista Antonio Rangel Bandeira, em trecho retirado do seu livro “Armas de Fogo: Proteção ou Risco?”, a utilização inadequada das armas por parte da sociedade civil é um dos fatores que contribuem para este alto índice. “Muitas vezes as pessoas compram armas para proteção, iludidas pelas emoções, para fazer segurança da família e até mesmo justiça com as próprias mãos”, disse.
Rangel destaca que uma das ferramentas mais importantes para mudar essa estatística é o repasse de informação para a população e uma campanha efetiva de entrega voluntária de armas.
“O principal objetivo é diminuir o número de armas em circulação, convencendo os cidadãos do risco que elas representam como causadoras de acidentes, suicídios, homicídios intrafamiliares e entre conhecidos”, destacou Rangel.
Em Alagoas, desde 2015, essa estratégia de conscientização e mobilização da população sobre o tema tem o auxílio de dois ônibus itinerantes que percorrem bairros da capital Maceió e diversos municípios do interior. Suspensa por um período de cinco meses, devido ao período eleitoral, a Campanha para Entrega Voluntária de Armas de Fogo, coordenada em âmbito estadual pela Secretaria de Prevenção à Violência (Seprev), retornou às ruas na última segunda-feira (22).
Segundo a titular da Seprev, Esvalda Bittencourt, tirar uma arma de circulação da sociedade pode salvar muitas vidas. “Nosso intuito é cuidar do alagoano, fazendo com que a população entenda os riscos do uso indevido de uma arma. Além da função pedagógica, a campanha contribui para a redução da criminalidade, auxiliando na construção da cultura de prevenção à violência”, enfatizou Esvalda.
Quem tiver interessado em entregar armas de fogo, munições e acessórios basta se dirigir ao ônibus antes para pegar a guia de trânsito. O documento permite que o cidadão possa circular com a arma durante o trajeto até o ponto itinerante.
“Após a entrega, a arma é danificada dentro do próprio ônibus e o antigo dono recebe um voucher referente à indenização, que varia de R$ 150 a R$ 450, de acordo com o tipo da arma”, explica o superintendente de Prevenção à Violência e Promoção da Cidadania da Seprev, Thomas Arthur.
Resultados da Campanha
Ao todo, desde que foram adquiridos os dois ônibus itinerantes da Campanha de Entrega Voluntária de Armas de Fogo, em 2015, a Seprev arrecadou 2.071 itens, entre armas, munições e acessórios.
Em 2017, os ônibus percorreram 20 territórios, sendo 10 no interior do estado e 10 na capital, Maceió. Ao todo, foram 150 itens, sendo 116 munições e 44 armas, em sua maioria revólveres de calibres 22, 32 e 38.
Neste ano, devido à problemas com o Sistema Nacional do Ministério da Justiça e a suspensão da campanha no mês de junho, quando iniciaram as vedações devido ao período eleitoral, foram entregues de forma voluntária, apenas sete armas de fogo. “Agora que a campanha retornou para as ruas, vamos intensificar as ações de conscientização e mobilização da população, alertando sobre os riscos de possuir uma arma de fogo dentro de casa e levando o cidadão a entregá-las de forma voluntária, na intenção de reduzir o número de armamentos em trânsito no nosso Estado”, disse o superintendente Thomas Artur.
Mais lidas
-
1FUTEBOL
Guardiola diz que má fase do Manchester City não é culpa de Haaland: 'É sobre nós'
-
2IPVA 2025
Sefaz divulga calendário de pagamento do IPVA em Alagoas
-
3NO APAGAR DAS LUZES
OAB palmeirense cobra transparência na gestão municipal de Palmeira dos Índios
-
4FUTEBOL
A novidade do futebol em 2025 será o Super Mundial de Clubes
-
5VAMOS A LA PLAYA
Vereadores eleitos de Palmeira dos Índios se refugiam em praia paradisíaca antes de posse e eleição na Câmara