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‘Djon África’ mostra a busca do pai e das raízes
Miguel é um rapaz meio perdidão, sem grandes objetivos. Seu cotidiano é visto no prólogo de Djon África, de Filipa Reis e João Miller Guerra. Miguel fala com as garotas, deambula, tenta furtar roupas em uma loja. É um estroina, vive com a avó, não conhece os pais. Um dia, a avó lhe diz que, quando criança, ele foi conhecer o pai na prisão, mas os guardas não o deixaram entrar. Logo em seguida, o homem foi expulso de Portugal e repatriado a Cabo Verde.
Miguel adulto, agora com 25 anos, resolve ir em busca do pai e embarca para Cabo Verde. Nesse momento, Djon África toma seu rumo e sua embocadura. Trata-se, para o personagem, de encontrar o pai, referência biológica, mas também simbólica do centro a partir do qual se adquire identidade até então faltante. É também “reencontro” com o país que jamais conheceu, e onde estão fincadas suas raízes. O filme é divertido sem ser leviano; profundo na medida certa, sem se perder em teorias ou teses prontas. Não faz proselitismo nem discursos moralizantes. Já é muito.
Djon África / Death Wish
(Brasil, Port., Cabo Verde/2018, 98 min.)Dir. Filipa Reis, João Miller Guerra. Com Miguel Moreira
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Autor: Luiz Zanin Oricchio
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