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A cidade e sua emancipação política

22/08/2018
A cidade e sua emancipação política

Antes de adentrar na história da cidade é preciso conhecer algumas peculiaridades acerca da ciência geopolítica que envolve os lugares e as pessoas. As terras de Palmeira dos Índios inicialmente foram ocupadas por um aldeamento dos índios xucurus e cariris, que provenientes de Pesqueira e de Porto Real do Colégio se estabeleceram aqui por volta do Século XVII e foram catequisados para o cristianismo pelo missionário franciscano, Frei Domingos de São José, a partir do ano de 1770, quando este recebeu de Dona Maria Pereira Gonçalves e de seus herdeiros a doação de meia légua de terra para formar o patrimônio da capela que aí foi construída, sendo consagrada ao Senhor Bom Jesus da Morte. O fato de existirem muitas palmeiras e índios na região, a Villa de Palmeira dos Índios ganhou esse registro. Daí a razão do nome do município. Mas essas terras foram organizadas em FREQUESIA (agrupamento ou povoação paroquiana) no ano de 1798. Posteriormente foi transformada em VILA (povoação de categoria inferior a uma cidade, mas superior a uma aldeia) em 1835.

Palmeira dos Índios não nasceu no dia 20 de agosto de 1889. Essa foi à data da sua elevação como cidade. Palmeira dos Índios alcançou sua independência com a criação da sua Comarca em 16 de março de 1872, quando o Presidente da Província de Alagoas, Elvídio Carneiro da Cunha, através de Resolução nº 624, criou a comarca, desligando sua jurisdição da comarca de Anadia (AL). A partir de 16 de março de 1872, a Villa de Palmeira dos Índios ganhou um JUIZ, Dr. Aristides José Leão, nomeado por Decreto Imperial de 30 de abril, e um PROMOTOR DE JUSTIÇA, Sr. Miguel Arcanjo de Figueiredo. Era um ano de eleições, a política fervia nos bastidores da Câmara Municipal. Com a criação da comarca, a Vila de Palmeira dos Índios instala o seu primeiro Cartório do Registro Civil em 03 de setembro de 1876 e registra a morte de Maria Luisa do Nascimento, vítima de parto, falecida aos 41 anos de idade.

Ela era mulher de Francisco Soares Quintão e filha de Antônio Luís do Carmo e Bernardina do Carmo, seu sepultamento foi na Capela de Nossa Senhora do Rosário (atual Igreja do Rosário na Rua Moreira e Silva), às 19 horas. A primeira Certidão do Nascimento foi registrada no dia 7 de janeiro de 1889 com o nome de José Castilho Pereira. O primeiro casamento civil foi realizado no dia 10 de janeiro de 1889 com o casal Antônio Ferreira da Silva e Maria Patrocina da Conceição.

Nessa época, antes da elevação de Palmeira dos Índios à condição de cidade, a população da Villa foi atacada por uma “Febre Maligna”, semelhante à febre amarela. Houve registro de muitos mortos. Em 19 de março de 1877, o vice-presidente da Província, médico Ildefonso Theodoro Martins, enviou correspondência à Câmara Municipal reconhecendo o “estado de calamidade da Vila”.
Uma vez superadas as dificuldades de ordem social e com o “progresso palpável” da região, a Vila de Palmeira dos Índios conquistou a categoria de Cidade. A Lei datava de 20 de agosto de 1889, mas a festa de Emancipação só veio aconteceu no dia 16 de setembro, na mesma data da Emancipação Política e Social de Alagoas.

O Auto de Posse da Cidade se deu por força da Lei Provincial nº 1.092, de 20/08/1889, durante o reinado do Senhor Dom Pedro II, com a presença do presidente da Câmara Municipal entre outras autoridades da província.

Em 15 de novembro do mesmo ano, cai a Monarquia no país e a Câmara Municipal apoia a República, proclamada pelo alagoano Marechal Deodoro da Fonseca. O município de Palmeira dos Índios elege seu novo Conselho de Intendência Municipal, no dia 11 de março de 1890. Novo regime, nova organização. Nesse mesmo ano, o Distrito de Quebrangulo se separa de Palmeira dos Índios, torna-se Vila, gozando de mais independência.

Quanto à realidade do município de Palmeira dos Índios, trata-se de uma das unidades políticas do Estado de Alagoas, sendo a quarta maior cidade do Estado, estando localizada na região do agreste alagoano, estando situada a cerca de 136 quilometros da capital. No ano de 2014, o município contava com aproximadamente 74 mil habitantes, segundo a estatística do IBGE. Pensemos nisso! Por hoje é só.