Política
“Chapa da discórdia” não consegue superar contradições, traições e inveja
Traições, incertezas, inimizade, inveja e interesses pessoais obscuros. Com esses ingredientes e de forma improvisada, foi moldada a chapa encabeçada pelo senador Fernando Collor de Mello (PTC) para as eleições de 2018. O caldeirão da bruxa inclui mágoas e ressentimentos que datam de eleições longínquas e também aqueles bem recentes, surgidos durante mandatos ainda em curso.
Poucos dias antes da confluência de energias negativas que resultou na formação da chapa, as contradições eram claras. O presidente da Câmara Municipal de Maceió, Kelmann Vieira (PSDB), anunciou com todas as letras seu apoio à reeleição do governador Renan Filho (MDB) e seu voto em Renan Calheiros (MDB) e Maurício Quintella (PR) para o Senado. “Garanto que trabalharei contra Benedito de Lira”, afirmou ao jornal Tribuna Independente no dia 10 de julho, reforçando que não votaria no senador “nem amarrado”.
O ressentimento do presidente da Câmara contra o candidato à reeleição no Senado pelo PP foi provocado pela articulação de Biu e do vice-prefeito de Maceió, Marcelo Palmeira (PP), para impedir a escolha de Kelmann para a disputa pelo Governo como cabeça da chapa de oposição. O partido de Kelmann, o PSDB, cogitava o lançamento da candidatura do também vereador Eduardo Canuto para o Governo – cujo material de campanha até já havia sido produzido em Pernambuco.
Na surdina, Kelmann e o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, costuraram a “aliança” com Collor na véspera do encerramento do prazo para realização das convenções partidárias. Sem perspectiva de vitória, Collor aceitou o convite para satisfazer sua vaidade e viabilizar as candidaturas de Benedito e Rodrigo Cunha (PSDB) ao Senado. Não ficaram claros – e talvez nunca fiquem – quais os outros “argumentos” usados para convencer Collor a se candidatar, mas, com a rasteira em Canuto, Kelmann foi indicado para ser o vice na chapa. Traição no tucanato maceioense.
Vale lembrar que o presidente da Câmara de Maceió iniciou sua trajetória política pelas mãos do deputado estadual e ex-prefeito de Matriz de Camaragibe Cícero Cavalcante, seu sogro e aliado histórico dos Calheiros. Sua esposa, Flávia Cavalcante, é filiada ao MDB de Renan e disputa uma vaga na Assembleia Legislativa pela chapa governista.
O acordo com Collor deixou Rodrigo Cunha – entre outros dirigentes do PSDB – constrangido. Em seu delírio de grandeza, o deputado estadual entra na disputa pelo Senado pautado no combate à corrupção e na transparência.
Ao lado dele, porém, unidos pela conveniência, estão Benedito de Lira e Fernando Collor, notórios por denúncias de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e formação de quadrilha. A todo custo, foge de eventos políticos e reuniões onde possa ser fotografado ao lado de seus companheiros de chapa. Faz uma campanha solitária, baseada em um mandato de mais palavras que ações e na eterna vitimização pelo assassinato da mãe, Ceci Cunha, na década de 90, cujos responsáveis já foram julgados e condenados.
Todos juntos, Collor, Kelmann, Biu e Cunha formam um grupo desarticulado e, no mínimo incoerente. Para o eleitor alagoano, fica cada vez mais complicado vislumbrar a possibilidade de um governo coeso em uma eventual e remota possibilidade de eleição de Collor, que dificilmente contaria com uma maioria no Legislativo estadual nem na bancada federal.
Mas outubro é o mês das bruxas e talvez seja nisso que todos estejam confiando.
* matéria reproduzida do Jornal Tribuna do Sertão. (leia mais na edição impressa)
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