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Dólar sobe com Turquia no foco e à espera de debate e pesquisas eleitorais
O dólar volta a subir ante o real nesta sexta-feira, 17, após acumular ganhos de 3,68% em cinco das últimas seis sessões. O novo avanço apóia-se na deterioração dos mercados internacionais em meio à retomada das tensões com a Turquia. Nesta manhã, um tribunal superior turco rejeitou pedido para libertar o pastor americano Andrew Brunson, diz jornal local. As tensões bilaterais se agravaram também depois que os dois países impuseram tarifas a importações um do outro.
No Brasil, a espera do segundo debate entre os candidatos à Presidência, na RedeTV!, hoje à noite (22 Horas), e pelas próximas pesquisas eleitorais deixa os investidores na defensiva.
O Ibope e o instituto MDA registraram no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) as primeiras pesquisas de intenção de voto com abrangência nacional depois do prazo limite de inscrição das chapas, que se encerrou na última quarta-feira. A divulgação de ambas será na próxima segunda-feira (20).
O gerente de mesa de derivativos de uma gestora de recursos avalia que parte da alta de mais de 1% do dólar ante o real nesta manhã precificava o mau humor com a crise turca. “O resto do ganho reflete expectativas sobre o debate entre os presidenciáveis na tevê hoje à noite, além da pesquisa Ibope em nível nacional, que será divulgada na segunda-feira. “Há cautela forte em relação ao que pode ocorrer com a Turquia no fim de semana”, acrescenta.
Nesta manhã, a lira turca reverteu ganhos exibidos durante a madrugada, quando ensaiou manter sua recuperação recente pelo quarto dia seguido, e passou a operar em forte baixa frente ao dólar, voltando a alimentar a desconfiança de investidores e pressionando os mercados financeiros mundiais. Às 9h27, o dólar subia 5,45%, a 6,1484 liras.
O Ministério de Finanças e Tesouro da Turquia anunciou nesta sexta-feira medidas de estímulos direcionadas a empresas, após a recente volatilidade da moeda do país. “Os canais de crédito serão mantidos abertos”, afirmou o ministério em comunicado. O ministério disse também que continuará dando flexibilidade a vencimentos e preços para garantir o fluxo de caixa da empresas, que irá ignorar limites para concessão de crédito, em razão do recente forte aumento registrado pela lira, e que não aceitará mais pedidos para execução de dívidas.
Em teleconferência com investidores internacionais, o ministro de Finanças da Turquia, Berat Albayrak, reconheceu ontem as difíceis condições atuais, mas prometeu que o país sairá mais forte deste período de turbulência. Desde o começo do ano, a lira acumula desvalorização de quase 40% em relação ao dólar.
Ontem à noite, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar a Turquia e disse que seu governo não irá pagar pela libertação do pastor Andrew Brunson, a quem chamou de “pastor cristão maravilhoso”, e que pretende “gastar menos” com Ancara.
Às 9h28, o dólar à vista subia 0,97%, a R$ 3,9409, após tocar em máxima a R$ 3,9528 (+1,28%). O dólar futuro de setembro avançava 0,80%, a R$ 3,9455, após atingir máxima em R$ 3,9595 (+1,18%).
Autor: Silvana Rocha
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