Variedades
Paixão atemporal: um roteiro de atrações futebolísticas em São Paulo
A Copa do Mundo se aproxima. Mas, em São Paulo, futebol não é coisa só de época. A seguir, atrações para você viajar pela história do esporte
O fenômeno retrô não é algo novo, mas prova que está cada vez mais vivo em São Paulo, inspirando estabelecimentos e hábitos culturais. O sucesso do álbum oficial da Copa – que vem dominando as atenções de vários adultos – é um exemplo dessa tendência. A cidade também tem várias atrações fixas que resgatam o passado do futebol: bar dedicado ao jogo de botão; loja com acervo impressionante de camisetas antigas; memorial que relembra a história do pioneiro Charles Miller; e até passeios curiosos, como assistir a uma partida de um pequeno e tradicional clube.
ARQUIBANCADA BOTÕES CLÁSSICOS
De uma brincadeira entre amigos, em 2014, surgiu uma oportunidade para Luciano Araújo. “Decidimos fazer um campeonato de futebol de botão e, quando fui adquirir um time, percebi que os botões vendidos não eram bonitos. Então, juntei meus conhecimentos de design e fabriquei meu próprio time”, conta o paulistano. O chute foi certeiro. Em pouco tempo, a ideia conquistou entusiastas, virou loja virtual e, neste ano, ganhou também um espaço físico. Hoje, o Arquibancada Botões Clássicos é um bar dedicado à prática, com três mesas para jogar gratuitamente e até uma liga própria – que reúne jogadores de todas as idades. No cardápio, quitutes típicos de estádio, como o lanche de pernil (R$ 15).
O primeiro time feito por Luciano Araújo, do Arquibancada, foi a seleção da Alemanha. Depois, vieram os botões de clubes e até de bandas. Na loja, decorada com camisetas e grafites, há mais de mil modelos. Cada conjunto sai, em média, por R$ 60. As traves, com redinha, têm o mesmo preço. Já as mesas são vendidas em três tamanhos diferentes: grande (R$ 350), média (R$ 250) e pequena (R$ 150). R. Raul Pompeia, 1.011, V. Pompeia, 98170-0402. 14h/0h (sáb., 11h/0h; dom., 11h/20h; fecha 2ª).
VINTAGE X RETRÔ
Vintage. Qualidade de um objeto antigo, original e colecionável, que possui valor histórico – geralmente, achado em antiquários e brechós.
Retrô. Estilo que denomina artigos produzidos na atualidade, mas que remetem ao passado – ou seja, tratam-se de releituras.
ATROX CASUAL CLUB
Renato Martins, dono da Atrox, não se considera um colecionador. “Eu tenho de desapegar das camisetas; senão, fica difícil”, conta. Mas, há quatro anos, ele deixou a produção de shows para se dedicar à paixão por camisetas de futebol antigas (ou vintage). Ao todo, a loja possui mais de mil exemplares, todos originais e importados. “Só não trabalho com times brasileiros.” O que faz mesmo sua cabeça é o futebol inglês – torcedor do londrino West Ham United, Martins diz que já chegou a ter no local, simultaneamente, camisas de 82 dos 92 times do país. O segredo? “Vou todo ano à Inglaterra para comprar coleções.” O garimpo na loja, que conta ainda com um canal no YouTube, é feito ao som de punk-rock. R. Augusta, 1.371, lj. 218, Consolação, 3213-4343. 11h/20h (sáb., 11h/18h; fecha dom.).
BARBEARIA RETRÔ GOL
Há sete anos no mercado, a Retrô Gol chegou a ter 24 franquias em shoppings de todo o Brasil, comercializando releituras de camisetas antigas de futebol. No ano passado, Henrique Coronati teve a ideia de abrir uma loja de rua. Mas acabou optando mesmo por entrar na onda das barbearias. E o negócio, tocado ao lado dos sócios Ricardo Coronati e Leonardo Maia, agradou aos fãs do esporte. Com decoração moderna e temática futebolística, a Barbearia Retrô Gol abriga não apenas o salão, mas também um bar e uma loja. O corte de cabelo sai por R$ 60. Para fazer a barba, é cobrado R$ 50. E o combo, que ainda dá direito a uma cerveja, custa R$ 100. R. Dr. Alceu de Campos Rodrigues, 400, V. Nova Conceição, 2306-9761. 11h/21h (sáb., 10h/17h; fecha dom.).
ARENA PANINI
O evento itinerante, que ocupa o Shopping Plaza Sul até domingo (10), tem troca de figurinhas, além de jogos e uma exposição. Pça. Leonor Kaupa, 100, 4003-7220. 13h/21h (sáb., 10h/22h; dom., 14h/20h). Grátis.
Marcelo Adriano da Silva, gerente de marketing da Panini Brasil, falou ao Divirta-se sobre o álbum publicado pela editora.
Como a Panini enxerga o fenômeno?
Ouvimos que a Copa começa quando lançamos o álbum oficial, pois o produto já virou tradição. Percebemos o envolvimento das pessoas em colecionar e trocar as figurinhas, ato que cresce a cada edição. O álbum permite a aproximação entre familiares e amigos, pode incentivar novas amizades, além de promover diversão. Ainda possibilita conhecer melhor as seleções e as cidades-sede. É uma preparação para o evento.
Existe um perfil de colecionador?
Em ano de Copa, até aqueles que não acompanham futebol viram fãs do esporte. Com o álbum de figurinhas é a mesma coisa. Notamos que esse fenômeno atinge todas as idades. Para dar conta, são produzidos mais de oito milhões de envelopes de figurinha por dia.
Há um comparativo para saber em que países o álbum é mais popular?
O Brasil é o país que mais consome o álbum de figurinhas. Em segundo lugar, está a Alemanha.
Muita gente tem dúvida se o álbum é igual no mundo todo. Existe diferença entre as edições vendidas?
O álbum tem o mesmo formato em todos os lugares do mundo. A única diferença está realmente no idioma.
SÃO CRISTÓVÃO
Fundado há 18 anos, o São Cristóvão é um bar, mas bem que poderia ser um museu. Nas paredes e no teto, centenas de fotografias, recortes de jornal e flâmulas compõem um visual único. Alguns artigos raros – como uma camiseta assinada por Pelé – foram doados a Leonardo Silva Prado, que se inspirou em pubs ingleses para decorar o local. Peça um chope Heineken (R$ 8,60, 300 ml), bem gelado, e explore cada cantinho. R. Aspicuelta, 533, V. Madalena, 3097-9904. 12h/1h (3ª, 12h/23h; dom., 12h/20h).
JUVENTUS
Em tempos de arenas modernas, assistir a um jogo no Estádio Rodolfo Crespi, sede do clube Juventus, é pura nostalgia – seja pela proximidade da arquibancada com o campo, seja pela atmosfera que remete ao século passado. Em partidas da categoria de base, a entrada é gratuita. Uma atração à parte é provar o cannoli, de creme ou de chocolate (R$ 5, cada). Comer o doce, ali mesmo nas tribunas, é tradição desde 1961. R. Javari, 117, Mooca, 2271-2000.
MEMORIAL CHARLES MILLER
Visitar a sede do São Paulo Athletic Club, fundado em 1888, é quase como abrir um livro de história. A começar pelo hall suntuoso, que preserva o estilo britânico. Foi ali que seu mais ilustre sócio, Charles Miller, desembarcou em 1894, vindo de Southampton, na Inglaterra, com uma bola e as regras de um novo jogo. Nascia o futebol no Brasil. Hoje, o local, que recebe visitas agendadas de 3ª a sábado, abriga um memorial, com fotos antigas e objetos pessoais de Miller. O destaque fica por conta da taça do tricampeonato paulista, vencido pelo clube em 1904. R. Visconde de Ouro Preto, 119, Consolação, 3217-5944. Grátis.
Museu do Futebol
Em clima de Copa, o museu celebra os 60 anos do primeiro título da seleção brasileira, conquistado na Suécia em 1958. A exposição A Primeira Estrela’ mostra registros inéditos de jogadores e bastidores; cenas do cotidiano do País; além de depoimentos de craques como Pelé e Nilton Santos. A grande final inspirou ainda uma instalação audiovisual, que transporta o espectador para dentro da partida. Pça. Charles Miller, s/nº, Pacaembu, 3664-3848. 9h/18h (fecha 2ª). R$ 12 (3ª, grátis). Até 9/9.
LER E VER
No romance O Drible, Sérgio Rodrigues usa o futebol como pano de fundo de uma relação desgastada entre pai e filho. Já o livro Como o Futebol Explica o Mundo, de Franklin Foer, explora o aspecto político das rivalidades entre clubes. E, na Netflix, a série Gold Stars revive os mais importantes momentos da Copa do Mundo FIFA.
Autor: André Carmona
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