Política
Aliado de ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza se entrega à PF
O ex-chefe de Assentamento da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A), José Geraldo Casas Vilela, denunciado na operação que prendeu Paulo Vieira de Souza – engenheiro ligado a políticos do PSDB -, se entregou à Polícia Federal em São Paulo, nesta sexta-feira, 6.
Vilela é um dos denunciados – com Vieira de Souza e outros três investigados – pela força-tarefa da Operação Lava Jato por supostos desvios de R$ 7,7 milhões de obras do trecho sul do Rodoanel, do prolongamento da avenida Jacu Pêssego e da Nova Marginal Tietê, na região metropolitana de São Paulo.
Casas Vilela e Paulo Vieira de Souza tiveram a prisão decretada pela juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara da Justiça Federal de São Paulo. Segundo a procuradora da República Thamea Danelon, da Lava Jato em São Paulo, Vieira de Souza teria ameaçado uma testemunhas, que também é acusada de envolvimento com o esquema de desvios na Dersa.
A Procuradoria afirma que Vieira de Souza “comandava o esquema”, que envolvia também dois ex-ocupantes de cargo em comissão na empresa, Casas Vilella, então chefe do Departamento de Assentamento da Dersa, e uma funcionária do setor na época dos fatos, Mercia Ferreira Gomes. Também é acusada de integrar o esquema uma irmã desta funcionária, Marcia Ferreira Gomes, e a psicanalista Tatiana Arana Souza Cremonini, filha de Souza.
Os cinco são acusados pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e inserção de dados falsos em sistema público de informação. Paulo, Geraldo e a funcionária participaram dos três eventos denunciados, aponta a Procuradoria.
Se houver a condenação, e aplicada a pena conforme solicitado pelo Ministério Público Federal, as penas de Paulo e Geraldo poderão variar de 15 a 81 anos, mais o agravante do crime continuado. Já Tatiana, filha de Paulo Vieira de Souza, pode receber uma pena entre 5 e 27 anos de prisão.
Defesas
Quando a denúncia contra Casas Vilela foi apresentada à Justiça Federal, sua defesa, representada por Fernando Araneo, sócio do escritório Leite, Tosto e Barros Advogados, observou que seu cliente “não tinha poder para autorizar pagamentos e que, nem ele nem qualquer familiar ou amigo, foram contemplados com apartamento no CDHU ou indenizações. Em auditoria interna na própria Dersa, não lhe foi imputada nenhuma conduta irregular”, disse.
A defesa de Paulo Vieira de Souza disse que a ordem de prisão do ex-diretor da Dersa foi uma medida “arbitrária, sem fundamentos legais, além de desnecessária diante do perfil e da rotina do investigado, sempre à disposição da Justiça”. O espaço está aberto para otras manifestações das defesas.
Autor: Luiz Fernando Teixeira e Luiz Vassallo
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