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Lollapalooza 2018: O Terno alia virtuosismo a boas doses de amor

24/03/2018

Com amor, uma dose de solidão e muito virtuosismo, O Terno voltou ao Lollapalooza nesta edição de 2018 naquela que é a melhor fase da carreira do trio paulistano, com metais e canções na medida certa entre o pop e o experimental. Suas armas são a afiada visão do amor contemporâneo, das felicidades efêmeras e a fugacidade do momento nas canções de Tim Bernardes, vocalista e guitarrista da banda.

Em plena ascensão, em vias de iniciar a gravação de um novo disco, o quarto da carreira deles, a banda esteve diante de um grande público e entregou uma versão condensada da turnê do álbum Melhor do Que Parece, lançado dois anos antes. Com o auxílio do trio de metais que tem acompanhado a banda na atual turnê, o grupo foi, em uma hora, o melhor d’O Terno. E isso inclui muita dose de virtuosismo progressivo, com canções construídas a partir de arranjos fora da caixinha, pontuadas com doses pop, de assimilação momentânea.

Com isso, O Terno se estabelece como uma atração única no atual cenário da música independente brasileira, que desafia e afaga, na mesma medida, sem medo de soar acessível – um dos maiores erros dessa geração. O Terno é capaz de tocar para grandes públicos porque suas canções podem crescer em ambientes externos, assim como se dá muito bem diante de um número pequeno de pessoas.

O que O Terno expõe o que é de mais íntimo, sentimentos guardados, escondidos, deixados pra lá. Tim e companhia expõem isso – e, às vezes, no meio de tanta gente, como no Lollapalooza, é confortável perceber que a dor, quando cantada em uníssono, é mais leve.

Autor: Pedro Antunes
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