Variedades

Sobre rodinhas: um roteiro de pistas para quem é adepto do skate

24/03/2018

Em São Paulo, o skate se sente mesmo em casa. Segundo pesquisa encomendada pela Confederação Brasileira de Skate, em 2015, há cerca de 1 milhão de adeptos só na capital. E o número pode aumentar nos próximos anos. Em 2020, duas modalidades (“park” e “street”) estarão nos Jogos Olímpicos de Tóquio, dando ainda mais visibilidade ao esporte.

Pensando nisso, o Divirta-se elaborou um roteiro com os principais espaços da cidade – tem pistas privadas e públicas, além dos chamados “spots” (lugares não específicos mas considerados bons para a prática, como o Parque da Independência). Levamos também a profissional Karen Jonz para testar a recém-inaugurada Pista do 21, no alto de um edifício histórico no Centro, e entrevistamos Roberto Maçaneiro, presidente da Federação Paulista de Skate, que deu dicas e informações atualizadas sobre o “carrinho”.

Modalidades do skate

Street Style – Obstáculos da cidade, como praças, escadarias e muretas, servem de pista para manobras.

Mini Ramp – É a clássica pista com formato de “U”, em tamanho reduzido: no máximo, 2,5 metros de altura.

Half Pipe – De madeira ou de concreto, tem o mesmo desenho da Mini Ramp, mas com altura maior.

Banks – Pista em formato de piscina, com bordas arredondadas, que permite manobras de velocidade.

Mega Ramp – É uma rampa gigante (mais de 100 metros). Ficou popular por conta do brasileiro Bob Burnquist.

Downhill Slide – Requer um skate mais largo e consiste em descer ladeiras aliando velocidade e radicalidade.

Longboard Speed – A modalidade utiliza pranchas longas e o objetivo é a velocidade – que supera facilmente 60 km/h.

Downhill Freeride – Similar à modalidade Downhill Slide, mas praticado com longboards acima de 40 polegadas.

Slalom – A finalidade é descer uma ladeira, cujo percurso é definido por cones, sem atingir os obstáculos.

Pistas privadas

Em 2002, Karen Jonz morava perto de uma pista de skate em Santo André, na Grande São Paulo. Fã do personagem Bart (de “Os Simpsons”), comprou um “carrinho” e começou a andar. Ela tinha 17 anos – idade considerada avançada para o esporte. Mas não desistiu. Tempos depois, consagrou-se como a melhor skatista do País.

“Naquela época, o skate ainda era “underground”. Não havia muitas meninas praticando, e eu também não imaginava que, um dia, seria profissional; foi natural”, conta.

A convite do Divirta-se, Karen foi conhecer e testar a Pista do 21, recém-inaugurada no 21º andar do Edifício Altino Arantes, o antigo (e icônico) Banespão. Idealizado pelo multicampeão Bob Burnquist, o local tem estilo “street”, com rampas e obstáculos, e mais de 300 metros quadrados com vista para a cidade. Lá, também tem equipamentos para locação. “A experiência foi divertida. O local parece um oásis para skatistas no meio do Centro; é como se fosse um outro universo”, diz Karen. R. João Brícola, 24, Centro, 3553-5627. 9h/19h (dom., 9h/17h; fecha 2ª). R$ 30 (1h). www.ingressorapido.com.br

* Karen Jonz tem 32 anos, é skatista profissional, YouTuber, designer e musicista. Entre seus feitos no esporte está a primeira medalha de ouro do Brasil nos X-Games 2008. Além disso, é quatro vezes campeã do mundo na categoria vertical.

Inaugurada em 2016, a pista do daBatata Skate House é voltada para a modalidade “street”, com obstáculos diversos, como corrimãos e transições, e também uma “mini ramp”. Escolinha de skate para crianças (R$ 60, a aula), loja e lanchonete completam a oferta da casa. R. Fernão Dias, 503, Pinheiros, 2306-8632. 12h/22h (sáb., 10h/20h; fecha dom.). R$ 20 (2h).

Ao som de rock e hip-hop, amantes do skate podem se divertir na pista estilo “street” do Mega Roller Skate Park. O local, com 2.500 metros quadrados, é ocupado por escadarias, rampas, corrimãos e outros obstáculos. R. José de Oliveira, 1.011, Pq. Peruche, 2255-2112. 14h/22h (6ª e sáb., 14h/0h; dom., 14h/20h). R$ 20/R$ 30 (por dia)

A Skate City (foto acima) tem duas unidades na capital – uma no Bom Retiro, em reforma, e outra no Belenzinho. Na zona leste, a pista, com superfície em madeira, está equipada com “banks”, uma “mini ramp” e espaço com obstáculos, numa área de 800 metros quadrados. Além disso, a casa conta com lanchonete, área de convivência, loja especializada e escolinha de skate (R$ 70, a aula). R. Coronel Albino Bairao, 356, Belenzinho, 3224-9818. 14h/22h (sáb., 10h30/22h; dom., 10h30/20h; fecha 2ª). R$ 20/R$ 25 (2h).

Em 2014, quatro amigos tiveram a ideia de construir um espaço para que pudessem andar de skate. O sonho, no entanto, acabou evoluindo para algo mais grandioso e o projeto da CavePool (foto acima) deu origem a uma pista inspirada nas famosas “piscinas californianas”, com alto grau de dificuldade. Mesmo indicada para quem já tem algum conhecimento do esporte, aulas com a lenda Daniel Kim também serão ministradas no local (a partir de maio). Às quintas-feiras, a casa recebe DJs e bandas, e o valor da entrada (R$ 20) dá acesso à pista. Av. Eliseu de Almeida, 984, Instituto de Previdência, 3477-0810. 15h/23h (6ª, 11h/ 23h; sáb., 16h/0h; fecha dom. e 2ª). Grátis (3ª e 6ª)/R$ 10 (1h).

Localizado na zona sul da cidade, o Manifesto Skate Park está instalado em um galpão coberto e equipado com dois “bowls” (em formato de piscina) e duas “mini ramps” de madeira. Além das pistas, o local conta com uma lanchonete e uma área de descanso com videogame, que pode ser aproveitada tanto por quem precisa recuperar o fôlego antes da próxima sessão quanto por pais que aguardam seus filhos. Um dos focos, aliás, são as aulas (R$ 60, cada), ministradas por professores durante todo o dia. R. Oliveira Alves, 782, Ipiranga, 4323-1757. 10h/22h . R$ 20/R$ 30 (por dia).

Piscina de concreto, escolinha de skate para crianças (R$ 60, a aula), loja e dois bares fazem parte do projeto. Mas, na Bowlhouse a programação cultural não fica em segundo plano. O espaço abriga a Cold Galeria, do fotógrafo Heverton Ribeiro. Com frequência, o local recebe exposições e apresentações musicais. R. Morgado de Mateus, 652, V. Mariana, 4328-1766. 9h/0h. R$ 20 (por dia).

O skatista profissional Cris Fernandes é quem ensina as primeiras técnicas do esporte (R$ 60, a aula) para crianças e adultos no BSC Skate Park (foto acima). A pista tem estilo “street”. Construída em madeira, tem 400 metros quadrados de área e seus obstáculos são modificados de tempos em tempos. R. das Macieiras, 249, Casa Verde, 2506.7749. 11h/19h (sáb., 12h/20h; dom., 12h/18h; fecha 2ª). R$ 15/R$ 20 (2h).

Pistas públicas

O Centro de Esportes Radicais (foto acima) é um verdadeiro parque de diversões em plena Marginal do Tietê – não só para skatistas, mas para quem pratica patins, patinete e até parkour. Ao todo, são 38.500 metros quadrados divididos em circuitos e espaços de diversos graus de dificuldade – do iniciante ao expert. O destaque fica por conta das três pistas asfaltadas no estilo “pump track”, com várias ondulações e em formato de caracol. Chama também a atenção o “mini ramp”, o “half pipe” e o skate park – este simula obstáculos encontrados na cidade. Av. Pres. Castelo Branco, 5.700, Bom Retiro, 3224-9159. 8h/22h. Grátis.

Quem circula pelo entorno do metrô Sumaré pode ver a quantidade de skatistas que tem na região. E o motivo é um só. Conhecido como “pista do Sumaré”, o Parque Zilda Natel foi inaugurado em 2009 e é voltado totalmente ao skate. O espaço, que conta com “bowl”, “mini ramp” e obstáculos típicos da modalidade “street”, foi construído pelo município em parceria com a Confederação Brasileira de Skate. Nove painéis grafitados também compõem o clima do parque. R. Cardoso De Almeida, 1.250, Perdizes, 3862-2921. 9h/21h. Grátis.

No fim de 2016, a zona leste ganhou um espaço destinado especialmente para os amantes do “carrinho”. Com 1.150 metros quadrados, o Clube Esportivo Municipal da Mooca apresenta um circuito de “street” – com corrimão, escada, rampas diversas, caixotes, savana com gap e degraus – e também um “bowl” de 267 metros quadrados. O projeto do equipamento, cuja estrutura é toda cimentada, foi elaborado com a participação de esportistas da região. E a segurança é garantida: a pista é protegida por guarda-corpo metálico. R. Taquari, 549, Mooca, 2694-7668. 9h/21h. Grátis.

O Parque da Juventude é, sem dúvida, um dos lugares mais procurados por skatistas da capital. É lá que está situada a Pista Chorão – homenagem ao vocalista e líder da banda Charlie Brown Jr., morto há cinco anos. Além do circuito “street”, com rampas, corrimãos e obstáculos, o local, que foi reformado há alguns anos e tem iluminação que permite sessões noturnas, tem um “bank” e piso de granilite. Av. Cruzeiro do Sul, 2.630, metrô Carandiru, 2089-8600. 6h/19h. Grátis.

Desde de 2016, quando foi inaugurado, o Parque Chácara do Jockey (foto acima) pode se gabar de ter um dos espaços mais requisitados por quem adora viver sobre quatro rodinhas. Com 1.365 metros quadrados, o circuito de pistas inclui ainda a prática de bike e patins. A pista “street” está equipada com corrimãos, paredes inclinadas e escadarias. Tem ainda um “bowl” de 400 metros quadrados. Av. Prof. Francisco Morato, 5.257, V. Sônia, 3722-3264. 6h/18h. Grátis.

Spots

A íngreme ladeira de 450 metros do Parque da Independência (foto acima) é um clássico da cidade. Asfaltada em 2008, permite a prática de longboard, “slalom” e “downhill”. Se a descida for feita em linha reta, a velocidade pode chegar a 40 km/h. Por isso, é importante o uso de equipamentos de segurança. Av. Nazaré, s/nº, Ipiranga, 2273-7250. 5h/20h. Grátis.

Outro espaço bastante frequentado por skatistas da capital é o Parque Ibirapuera, que agrada a praticantes de várias modalidades. Além da marquise, uma das atrações é a Ladeira da Preguiça, escolhida por quem gosta de “downhill”. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, V. Mariana, 5574-5045. 5h/0h. Grátis.

No coração da cidade, a Praça Roosevelt é um exemplo claro de como São Paulo tem vocação para o skate. Seus bancos, corrimãos e declives atraem praticantes de skate vindos de vários bairros. O lugar também funciona como ponto de encontro da tribo. Pça. Franklin Roosevelt, s/nº, Bela Vista. 24h. Grátis.

PLAYLIST

Hip-hop, hardcore, rock, groove. Não importa o ritmo – ouvir música faz parte da cultura do skate.

Don’t Skate on My Ramp
Satanic Surfers

Carrin
Flow Mc

Nowhere Fast
Josh Harmony

Di-sk8 Eu Vim / Di-sk8 Eu Vou
Charlie Brown Jr.

In My City
Gramatik

Autor: André Carmona
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