Política
Ciro Gomes diz que diferença entre ele e Dilma é como ‘água e vinho’
O pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, procurou nesta quarta-feira, 14, se distanciar da política econômica do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi ministro, e das gestões de Dilma Rousseff. Segundo o pedetista, que fez questão de criticar medidas como as isenções praticadas nos governos petistas, ele e Dilma são como “água e vinho” na questão econômica.
Ciro atribuiu a comparação que tem sido feita por alguns agentes políticos entre ele e a ex-presidente à luta política no Brasil e o clima de confronto entre “coxinhas e mortadelas”. “Começou a luta, então a ideia é satanizar, porque é recente a frustração de todos com o que aconteceu no governo Dilma. E qualquer um que não seja coxinha, tem que ser mortadela. E eu vou resistir: não sou coxinha nem mortadela”, afirmou, em evento com empresários promovido pela Amcham na capital paulista.
Ciro foi questionado sobre o papel do economista e professor da FGV Nelson Marconi, apontado como integrante de sua equipe de campanha e que afirmou ser um “desenvolvimentista”, ideal ligado ao governo Dilma. “Marconi não é coordenador do meu programa econômico. É uma pessoa brilhante que vem coordenar meu plano de governo. Quem faz a minha cabeça em matéria econômica é o Mauro Benevides Filho (secretário da Fazenda do Ceará) e o (ex-ministro) Mangabeira Unger”, afirmou, apontando para os dois, que estavam presentes na plateia. Em sua apresentação, Ciro discorreu longamente sobre a saúde financeira do Ceará, que governou entre 1991 e 1994 e está hoje entre os Estados mais bem resolvidos na questão fiscal, na sua avaliação.
Mais tarde, a jornalistas, Ciro também afirmou que não pretende intervir no câmbio, mas criar condições para que ele reflita melhor as condições do balanço de pagamentos. “O câmbio é uma variável orgânica do balanço, não tem muita margem para mexer nisso e nem deve”, afirmou acrescentando que a política de juros traz muitos dólares para o Brasil e valoriza o real de um jeito artificial. “Isso deteriora os termos de troca e estimula um padrão de consumo que se revela insustentável, tanto que o Brasil vem quebrando sucessivamente”.
Autor: Marcelo Osakabe
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