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Escolas ensinam a identificar notícias falsas
“Se alguém te contasse uma mentira sobre um colega, o que você faria? Iria espalhar para outras pessoas? Daria uma bronca? Contaria o que ouviu para o amigo envolvido?” Essa é a situação apresentada a alunos de 9 anos do Colégio Dante Alighieri, na região central de São Paulo, para refletir sobre o que são fake news, suas consequências e como evitá-las. A preocupação com a qualidade da informação acessada pelas crianças levou escolas a ter atividades que discutem o assunto já nos primeiros anos de ensino.
Em projetos que trabalham o uso responsável da internet e das redes sociais, escolas passaram a incluir atividades para que as crianças desenvolvam uma nova habilidade no processo de alfabetização: além de aprenderem a ler, escrever e interpretar textos, devem avaliar a qualidade de uma informação, a veracidade de uma fonte.
“Temos tantos adultos em situação de vulnerabilidade digital, o que é assustador, e esse tema se torna urgente”, diz Valdenice Minatel, coordenadora de Tecnologia do Dante. A partir do 2.º ano do ensino fundamental, os alunos desenvolvem um projeto de cidadania digital e no 4.º ano, são incentivados a pensar sobre a segurança de informações no mundo virtual.
Segundo Valdenice, aos 9 anos, as crianças têm a internet muito presente em suas vidas. “Estimulamos que elas tragam situações para discutirmos: o pai que teve um cartão clonado em um site, um e-mail com informações falsas”, explica.
Checagem
Na Escola Móbile, em Moema, zona sul, a orientação para buscar fontes seguras e checar informações também começa no 4.º ano. “Aos 9 anos, a maioria tem celular próprio e recebe informações nas redes sociais. Já são obrigadas a fazer esse exercício de checagem”, conta a diretora Cleuza Vilas Boas.
“Queremos que o aluno amplie a capacidade de refletir sobre o exposto, antecipe consequências e tenha instrumentos para fazer boas escolhas. E a discussão sobre como checar e compartilhar informações envolve todas essas habilidades.”
No Colégio Pio XII, no Morumbi, zona sul, o trabalho começa mais cedo. Lá, as crianças são introduzidas ao assunto no 2.º ano, porque a escola acredita em uma alfabetização “que prepara o aluno para ser um indivíduo consumidor de informação”. Os professores explicam, por exemplo, que a Wikipedia pode ser editada por qualquer usuário e, por isso, não é fonte segura.
Alguns dos exercícios são comparar e mostrar o layout de portais de notícia, verificar a data de uma reportagem e apresentar visões diferentes de um fato histórico. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Autor: Isabela Palhares
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