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Com atrasos no desligamento do sinal analógico, governo quer distribuir kits

21/02/2018

O governo pretende distribuir ainda este ano seis milhões de kits conversores para aparelhos de televisão receberem o sinal da TV digital. Desde que começou a campanha de migração do sinal analógico para o digital, já foram entregues cerca de oito milhões de kits, segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC).

Um levantamento divulgado nesta quarta-feira, 21, mostrou o tamanho do desafio enfrentado pelo governo para a adoção exclusiva da TV digital e abolir de vez o sinal analógico em todo o território brasileiro. Em 2016, 6,9 milhões de lares ainda eram dependentes exclusivamente do sinal analógico para acesso à televisão, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016: acesso à Internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal (Pnad Contínua – TIC 2016).

“Esses dados estão totalmente defasados”, argumentou Moisés Queiroz Moreira, secretário de Radiodifusão do ministério.

O secretário reconheceu que houve atrasos na programação de desligamento do sinal analógico em alguns grupos de municípios, mas defendeu que foram pontuais. Segundo ele, a ausência de reclamações nas regiões em que já houve a migração é prova do sucesso do programa.

O MCTIC informou que 1.346 municípios já estarão desligados do sinal analógico até o fim de 2018, o que representa cerca de 70% da população brasileira. Até o fim de 2023, haverá a migração para a TV Digital nos 4.200 municípios restantes.

De acordo com os dados do IBGE, 10,3% das residências com televisão no País não tinham aparelho com conversor, nem recebiam sinal por antena parabólica, nem tinham serviço de televisão por assinatura no ano de 2016. A maior parte dos domicílios que estavam despreparados para o sinal digital se localizava no Sudeste (2,6 milhões) e Nordeste (2,3 milhões). Outros 936 mil lares no Sul dependiam exclusivamente do sinal analógico de televisão; 704 mil no Norte; e 430 mil no Sul.

O processo de desligamento do sinal analógico da TV aberta é coordenado pelo Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV (Gired), que conta com representantes do ministério, Anatel, empresas de telecomunicações e radiodifusores.

O cronograma original teve que ser modificado algumas vezes, para adiar o desligamento do sinal analógico em áreas onde a distribuição de kits de conversores não atingiu a meta estipulada no prazo previsto.

Segundo o MCTIC, 45 municípios das regiões de Ribeirão Preto e Franca, no interior de São Paulo, teriam o sinal analógico de TV totalmente desligado a partir da meia-noite desta quarta-feira, 20 dias depois do que a data prevista anteriormente.

Na última segunda-feira, 19, o Gired decidiu adiar para 28 de agosto o desligamento nas regiões de Juazeiro do Norte e de Sobral, no Ceará, porque o grupo alvo de nove municípios tampouco atingiu o porcentual necessário para autorizar o desligamento, o segundo adiamento nessas cidades.

Segundo a Pnad Contínua – TIC 2016, a televisão estava presente em 67,4 milhões (97,2%) de domicílios no País, onde havia cerca de 102,6 milhões de aparelhos de TV: 63,4% de tela fina e 36,6% de tubo.

Autor: Daniela Amorim
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