Política
‘Injustiçada’, Thaíse Guedes virou alvo de ataques pessoais nas redes sociais
Após o episódio que levou a deputada estadual Thaíse Guedes (PMDB) ser indiciada pela Polícia Federal (PF), a parlamentar virou alvo de ofensas e críticas que não possuem relação ao que está sendo investigada sobre o desvio de recursos da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE).
Parece-me que, só o fato da parlamentar ter ido até a sede da PF, espontaneamente, e sem qualquer intimação, além de dispensar o uso da sua prerrogativa parlamentar que possibilitava ser ouvida em data, local e hora a ser definido, diferencia a mesma dos demais investigados, mostrando um trato diferente às instituições, transparecendo ser uma tentativa de esclarecer tais referidas acusações.
Neste caso, vale lembrar ainda que no nosso do Estado de Direito é a presunção de inocência que permanece. Pelo que se revela, as investigações começaram recentemente, ou seja, segundo Vladimir Aras, “Não significa nada dizer que alguém foi indiciado”. Ao menos agora!
A despeitos dos graves fatos investigados e que devem ser clareados, o que se lê, são comentários negativos – contra a deputada – dissociados do caso, em um ato desumano (ou humano) por conta de sua deficiência física. É lastimável!
Os comentários chegam a ser considerados inapropriados pelos próprios internautas, visto que alguns aproveitam-se de um erro médico praticada ainda na infância para atacar a parlamentar.
Pelo que se sabe, as investigações iniciaram há alguns meses e vinham sendo conduzidas com discrição, o que trazia tranquilidade para buscar provas para os crimes apontados, sem criar palanques.
Porém, com as entrevistas recentes, certamente, o delegado que, de fato preside o inquérito, terá mais trabalho, visto que, se algum parlamentar, tinha o interesse em prestar esclarecimentos espontaneamente, isso, não mais acontecerá.
Aliás, ontem [segunda-feira], 30, os deputados Val Gaia (PSDB) e Severino Pessoa (PSC) foram convocados para depor e não compareceram à PF. O resultado do indiciamento da PF – ação de reunir indícios sobre certa pessoa suspeita de um crime – poderá ser enviado ao Ministério Público Estadual (MPE-AL) que oferecerá ou não a denúncia.
O que disse a defesa?
Numa conversa com o advogado da deputada, Dr. Luiz Vasconcelos Netto, o Blog obteve alguns apontamentos sobre o caso e que, segundo o mesmo, não houve a devida atenção por parte da imprensa.
Em tese, vários pontos ainda precisam ser esclarecidos nas investigações que se atêm ao período entre 2010 e 2013, onde servidores receberam os salários indevidos:
1 – A notícia investigada, decorreu do cruzamento de endereços, onde ficou constatado que os funcionários eram, também, beneficiários do programa federal Bolsa Família;
2 – A responsabilidade, consoante aponta o Advogado, se houve recebimento indevido, recai nos beneficiários, visto que foram eles que sonegaram essa informação quando da nomeação para o cargo;
3 – Os funcionários são pessoas que trabalharam com a deputada, e, portanto, não podem configurar como “fantasmas”;
4 – Algumas decisões acerca de salários são tomadas pela Mesa Diretora, a qual a deputada não fazia parte em seu primeiro ano de mandato;
5 – A conferência de documentação, a nomeação de servidores e publicação em Diário Oficial, são de inteira responsabilidade do departamento pessoal da Assembleia – não do parlamentar;
6 – O montante que a PF investiga relacionado ao seu gabinete se refere à importância de pouco mais de R$ 220 mil, não os R$ 15 milhões citados amplamente pela imprensa;
7 – O indício que leva ao número de 25 crimes, é referente a soma dos recebimentos de um ano de salário de um funcionário (12 meses) + um ano e um mês de outros dois (13 meses).
Portanto, se houve a prática do crime, que se pague por isso!
Entretanto, ao que se evidencia, a boa vontade da deputada em comparecer à sede da PF, criou um palanque dos mais ornamentados para alguns atraírem holofotes e promoverem-se.
Segundo a assessoria da deputada, a mesma seguirá atuando em benefício do povo alagoano, ao mesmo tempo em que, “continuará colaborando com os órgãos de investigação, a fim de que tudo seja esclarecido o quanto antes”.
Quanto às redes sociais, sabemos que é um espaço amplo de críticas e informações “sem controle” que miram até os ataques pessoais. Isso sim é ‘injustiçar’ qualquer cidadão que seja por conta de sua deficiência física, não apenas a Thaíse Guedes.
Com um trabalho voltado ao assistencialismo, essa oportuna evidência das investigações, às vésperas do ano eleitoral, aproveita-se à quem?
Em tempo: o blog está de volta!
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