Geral

Alagoas sediará II Conferência Regional de Educação Escolar Indígena

19/07/2017
Alagoas sediará II Conferência Regional de Educação Escolar Indígena
Propostas regionais serão apresentadas na Conferência Nacional, em novembro, em Brasília (DF) (Foto: José Demétrio)

Propostas regionais serão apresentadas na Conferência Nacional, em novembro, em Brasília (DF) (Foto: José Demétrio)

Alagoas sedia, de 11 a 14 de setembro, a II Conferência Regional de Educação Escolar Indígena, onde serão discutidas as principais propostas para o segmento indígena em cinco eixos: organização e gestão, práticas pedagógicas diferenciadas, formação e valorização de professores indígenas, política de atendimento na educação básica e educação superior de povos indígenas.

Comunidades indígenas de Alagoas e Sergipe, com apoio das respectivas Secretarias de Estado da Educação e Funai (Fundação Nacional do Índio), estarão reunidas nesta sexta-feira (21), no Centro de Formação Professor Ib Gatto Falcão, no Cepa, para sistematizar as propostas construídas nas etapas locais.

Em Alagoas, as propostas foram construídas pelos indígenas em cinco comunidades educativas: Xucuru-Kariri, Wassu Cocal, Kariri-Xocó, Alto Sertão (Jeripancó, Katokinn, Koiupanká) e Baixo São Francisco (Karapotó, Tingui-Botó e Aconã).

Oportunidade

De acordo com o superintendente de Políticas Educacionais da Seduc, Ricardo Lisboa, estes momentos são oportunos para apresentar as especificidades e necessidades locais na construção da política nacional a ser discutida na II Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena (Coneei), em novembro de 2017, em Brasília (DF).

“Os indígenas têm se firmado a cada dia nesta luta em busca da qualidade na educação ofertada aos seus povos. A equipe da Seduc sente-se feliz em participar dessa discussão, a fim de garantir a equidade neste sentido, pois respeitamos e valorizamos suas diferenças. O governo estadual tem avançado com os setores de apoio e políticas aos povos tradicionais.Pela educação, também já tivemos importantes conquistas, mas necessitamos deste suporte da política nacional para avançarmos, principalmente nas questões pedagógicas”, avalia Ricardo Lisboa.

Propostas

Lideranças e representantes dos povos indígenas serão as principais vozes a serem ouvidas nas propostas a serem apresentadas.

Benício José de Lima Júnior, coordenador da microrregião AL/SE na Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), um dos integrantes da comissão, cita os principais pontos a serem propostos por Alagoas.

Reconhecendo algumas conquistas dos indígenas na educação básica, como o ensino fundamental garantido a todos e ensino médio em algumas comunidades, além de processo seletivo temporário específico para os povos indígenas, ele aponta o que precisa avançar, inclusive no ensino superior.

“Temos alguns pontos relacionados às melhorias para educação dos povos indígenas, mas os principais são a estruturação das instalações físicas e a criação da categoria de professor indígena. E, no ensino superior, a conquista de espaços que reconheçam nossas especificidades nas universidades”, pontua Benício.

Rosineide dos Santos Silva, da comunidade Wassu Cocal e presidente do Fórum Permanente, concorda. “Essa é a luta de todos os povos: que o acesso à educação escolar indígena seja contemplado a todos, para que possamos avançar juntos. O reconhecimento da categoria garante base legal e direitos e acreditamos que isto pode acontecer a partir desta luta. A conferência é o espaço para fortalecer estas ideias”, declara Rosineide.