Política
Após 4 horas no escuro, Plenário tem as luzes acesas
Enquanto cinco senadoras da oposição ocupam a mesa da presidência do Senado no plenário, em protesto à reforma trabalhista, o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE) se reúne com senadores para tentar chegar a um acordo e retomar a sessão. A votação do projeto de lei que muda as regras trabalhistas estava marcada para às 11h desta terça-feira (11/7), mas, desde às 12h30 está suspensa. As luzes foram acesas, novamente, após quatro horas no escuro, por volta das 16h33.
O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), além dos senadores Paulo Paim (PT-RS) e Jorge Viana (PT-AC) se reuniram com Eunício para negociar a retomada dos trabalhos.
Pouco antes das 16h, a senadora Gleisi Hoffmann afirmou que a intenção é ficar na mesa até “decidir essa situação” dos destaques ao texto. “Ou temos a mudança e a matéria volta para a Câmara e fazemos uma discussão decente sobre a matéria, que é muito importante para o povo brasileiro, ou não vamos deixar votar”, declarou.
Segundo ela, a ideia era que, pela manhã, as senadoras falassem sobre os pontos contrários à reforma, em especial o das grávidas e das lactantes. “Abrimos a sessão e começamos a falar. Quando Eunício ele chegou, ele queria interromper. Tinha várias senadoras inscritas. Ele não deixou e fez essa barbaridade. Agora, vamos seguir resistindo na mesa.”
Antes mesmo de ter início, a votação da reforma foi interrompida por corte brusco das luzes do plenário, a pedido de Eunício. Assim que a sessão começou, às 11h, conforme estava agendado, senadoras da oposição ocuparam a Mesa do Plenário, onde fica a cadeira do presidente. Gleisi Hoffmann (PT-PR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Regina Sousa (PT-PI), Fátima Bezerra (PT-RN) e Lídice da Mata (PSB-BA) passaram cerca de uma hora discursando contra a reforma.
Quando Eunício chegou, por volta das 12h, elas se recusaram a sair. O presidente da Casa, então, desligou as luzes e os microfones. Como as senadoras ocupavam a mesa, Eunício nem chegou a ocupar seu lugar e anunciou a suspensão da sessão em pé, puxando o microfone que era usado por Fátima Bezerra.
Tanto a atitude das senadoras quanto a do presidente do Senado foram questionadas pelos parlamentares. Jorge Viana afirmou, antes de entrar no gabinete da presidência, que a ocupação a mesa foi “um ato político” e que a proposta da oposição era que o Senado alterasse pelo menos um artigo do projeto, que permite que grávidas e lactantes possam trabalhar em ambientes insalubres, e retornasse para a Câmara dos Deputados.
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) classificou como “machista” a atitude das senadoras. Segundo ele, depois da atitude “deplorável” das parlamentares, o PSDB não apoiará destaques no texto. Quando à demanda para que seja retirado o artigo sobre as lactantes, ele afirmou que ficará para que o presidente Michel Temer vete.
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