Artigos

Algo sobre a Divina Comédia

19/05/2017
Algo sobre a Divina Comédia

Dizem os estudiosos que Dante Alighieri é um dos maiores poetas de todos os tempos. A sua obra indiscutivelmente mais importante é a Divina Comédia. O poema já foi traduzido para várias dezenas de língua.

Inicialmente a obra em tela era simplesmente Comédia. Não porque levava a muitos risos, mas porque não levava à tragédia. A partir da edição veneziana o poema passou a ser chamado de “Divina Comédia”.

A mais importante obra de Dante está dividida em três partes: Inferno, Purgatório e Paraíso. Vai ao encontro de Dante para ajudá-lo na sua aventura o poeta Virgílio.
Há quem afirme que o poema em tela é um julgamento político muito rigoroso. Contudo há também aqueles estudiosos que apresentam o desejo de Dante de modificar a humanidade.

Como seria Dante? Em Florença há um retrato, pintado por alguém do seu tempo. Vê-se, através do aludido retrato, que era alto, de rosto magro, boca altiva, queixo saliente e nariz comprido. O seu olhar traduzia certa melancolia. Provavelmente Dante nasceu no ano de 1265. Seu pai faleceu pouco depois de seu nascimento e ficou órfão de mãe ainda criança.

Como descendente de família nobre, Dante teve oportunidade de frequentar importantes escolas religiosas e aprendeu latim, grego, filosofia e oratória. Numa festa familiar chegou a conhecer uma menina tímida e bonita da sua idade. Seu nome era Beatriz Portinari. Dela disse mais tarde Dante: “Possuía tal ar de dignidade e tão admirável porte que não parecia filha de um homem vulgar, mas antes de um deus”. Depois, Dante a viu em raras oportunidades. Ela se casou com um banqueiro e morreu com a idade de vinte e cinco anos.

A chamada viagem em visita às almas na “Comédia”é toda regulamentada. É pensada para ter início na quinta – feira santa, no dia 7 de abril de 1300. Na sexta – feira santa, Dante entra no Inferno. O poeta diz haver no portão do reino de Satanás esta inscrição: “Lasciate ogni speranza”; voi ch’ entrate (Ó vós que aqui entrais, deixai lá fora toda a esperança).

Vai ao Purgatório antes do raiar do sol no dia 10, o chamado Domingo da Ressurreição do Senhor. À tarde do dia 13 vai em direção, nessa viagem imaginária, ao céu. Lá seu guia não é mais Virgílio, mas Beatriz.

Lembra Raul de Polillo que “O Inferno dantesco é concebido como uma bocarra imensa, que dá para uma cratera cônica, indo da superfície para o centro da terra. Esta cratera possui três amplas divisões. A primeira divisão do Inferno é a que se situa fora das muralhas; a segunda divisão, onde se encontraram os incréus, os tiramos, os suicidas, os defensores da natureza e os usuários, fica dentro das referidas muralhas; a terceira divisão, que compreende os pecadores de malícia, incluindo todas as modalidades de fraude e de traição …”

Mister se faz lembrar que o Inferno apresentado por Dante foi escrito sob ponto de vista político. Indubitavelmente a parte mais lida, mais comentada da Divina Comédia é o Inferno. Muita gente para por aí. É a primeira parte do livro, além do mais é aí onde o poeta se apresenta com mais vigor. Não procuremos tratados filosóficos, mas poesia com toda a sublimidade e arte.