Política

Teófilo sem dinheiro e Nezinho com rejeição alta deixa eleição em Arapiraca nivelada

28/05/2016
Teófilo sem dinheiro e Nezinho com rejeição alta deixa eleição em Arapiraca nivelada
TEÓFILO qur garantias do PSDB para disputar a eleição em outubro; Rodrigo Cunha diz que vai apoiar Rogério; DEPOIS DO PROJETO ESCOLA LIVRE Nezinho caiu sem paraquedas na preferência popular. Alto indíce de rejeição pode inviabilizar pré-candidatura de deputado  (Foto: Divulgação)

TEÓFILO quer garantias do PSDB para disputar a eleição em outubro; Rodrigo Cunha diz que vai apoiar Rogério; Depois do Projeto Escola Livre, NEZINHO caiu sem paraquedas na preferência popular. Alto índice de rejeição pode inviabilizar pré-candidatura de deputado
(Foto: Divulgação)

Há quem diga que, em ano eleitoral, as candidaturas se decidem apenas no último segundo. Mas, em Arapiraca, pelo menos, a tendência de ambos os lados está praticamente se definindo. Quem apostava em uma eventual candidatura do ex-prefeito e vice-governador, Luciano Barbosa (PMDB), agora vai ter que retirar a aposta. A pressão para que Luciano salvasse o palanque de seu grupo em Arapiraca não se concretizou, o vice-governador teria batido o pé e decidido que ficaria onde estava, (uma posição mais que confortável) assistindo a peleja de camarote.

Porém, há mais de três meses, ele confidenciou que seu candidato – agora oficializado também pelo governador Renan Filho (PMDB) e pelos senadores Renan Calheiros (PMDB) e Fernando Collor (PTC) – é mesmo o deputado estadual Ricardo Nezinho, também do PMDB. Além disso, Barbosa teria que se desincompatibilizar da secretaria de Educação e abrir mão da vice-governadoria, o que não deve mais acontecer.

Nezinho, jogado aos leões aceitou de pronto a empreitada. Vai a luta com Yale de vice, mesmo que Yale tenha cacife para a a cabeça de chapa e não concorde muito com esse casamento.

A maior interessada no pleito é a prefeita Célia Rocha (PTB) que aceitou de imediato a indicação de Barbosa e também anunciou apoio irrestrito da administração municipal, renunciando a eventual candidatura à reeleição. A chapa pré-candidata pela situação devido aos apoios é considerada muito forte nas eleições de outubro, mas terá que enfrentar a rejeição sofrida por Célia Rocha.

O grupo de oposição começou cedo as articulações, liderado pelo empresário, ex-secretário municipal e ex-deputado estadual, Adoniran Guerra. Mas nenhum dos nomes até agora lançados ganhou força. Quem pleiteava há muito tempo o cargo de prefeito, o ex-deputado federal, ex-estadual e ex-secretário de Governo, Rogério Teófilo (PSDB), viu seu sonho desabar, ao ser comunicado, há cerca de dois meses, que o partido tucano não iria apoiá-lo – pelo menos financeiramente.

Baseado em experiência de campanhas passadas, Teófilo preferia recuar a ficar com pendências financeiras.

Único nome com forças a medir com Nezinho é o do, também deputado estadual, Rodrigo Cunha (PSDB), cotado desde o início das articulações como o de maior peso para assumir o comando da Prefeitura da segunda cidade de Alagoas.

Filho da deputada federal assassinada, Ceci Cunha, amiga, confidente e colega de Célia Rocha, Cunha sempre liderou as pesquisas internas de intenção de voto, apesar de sempre negar interesse pela candidatura, alegando que, por ser deputado em primeiro mandato, foi eleito pelo povo para defender os interesses de Arapiraca no Legislativo estadual.

Contudo, Na visita ao município de Palmeira dos Índios, onde apresentou o projeto “Deputado Itinerante” Rodrigo Cunha falou sobre seu futuro político em Alagoas.

“Vou cumprir os meus quatro anos de mandato na Assembleia Legislativa porque ainda tenho muito a fazer por lá. Existem rumores de que serei candidato a prefeito de Arapiraca, mas isso não é verdade. O meu partido (PSDB) vai sim lançar candidato à prefeitura do município, mas o nome forte para ser o candidato por Arapiraca é o de Rogério Teófilo. Tenho um compromisso com o povo, que assumi quando fui eleito para deputado estadual, e pretendo cumprir isso”, afirmou.

Rogério que pretendia recuar, não poderá mais. Terá que enfrentar a campanha “liso” ou fazer uma aliança com grupo político que tenha base financeira sólida para “guerrear” com a oposição que está forte financeiramente, mas enfraquecida politicamente.

Escola livre

Além da rejeição de Célia, o maior calo político de Nezinho é que ele é autor do projeto de lei Escola Livre, que está vigorando desde a semana passada.

Bastante criticado, o texto prevê mudanças na postura dos professores da rede pública estadual. Eles passaram a ser impedidos de dar opinião nas salas de aula, mantendo “neutralidade” política, ideológica e religiosa.

Renan Filho chegou a rejeitar o projeto, mas a Assembleia Legislativa derrubou o veto, sendo aprovado por unanimidade em todas as comissões por onde tramitou.

A Secretaria de Estado da Educação pediu ao governador para que a Procuradoria-Geral entre na Justiça contra a lei, alegando a inconstitucionalidade.

Ricardo Nezinho diz que o projeto é importante, para que o professor não expresse sua opinião dentro da sala de aula e, desta forma, seja imparcial. O texto pretende manter a pluralidade de ideias na escola.

Ao comentar sobre as críticas ao projeto, Ricardo Nezinho diz que renuncia imediatamente ao mandato, caso algum professor se sinta comprovadamente prejudicado.

Muita água ainda vai rolar

Em que pese as definições entre os grupos mais tradicionais (Nezinho e Teófilo) correm por fora ainda o deputado Tarciso Freire e o empresário Celso Pessoa. Ambos possuem “faixa própria” na disputa política e prometem surpreender.

Pessoa tem uma vantagem em relação a Tarciso: mais de 40 candidatos a vereador poderão acompanhar o empresário da disputa de outubro.

A precariedade da candidatura de Nezinho, a falta de estímulo de Teófilo para o pleito e mais duas candidaturas alternativas (Tarciso e Celso) poderão garantir maiores emoções ao pleito arapiraquense do que qualquer expert político já imaginou.

Mas até 5 de agosto, a data limite para os partidos e coligações registrarem os candidatos nos cartórios eleitorais, até as 19 horas, muita água ainda vai rolar debaixo da ponte.