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Disciplina, organização e ideias inovadoras marcam a trajetória de servidora da Seris

30/04/2016
Disciplina, organização e ideias inovadoras marcam a trajetória de servidora da Seris
Além da cozinha, foi no maracatu que a servidora encontrou um hobby, participando a quatro anos do coletivo percussivo Afro Caeté (Foto: Arquivo pessoal)

Além da cozinha, foi no maracatu que a servidora encontrou um hobby, participando a quatro anos do coletivo percussivo Afro Caeté
(Foto: Arquivo pessoal)

Quem esbarra com Rídina Motta nos corredores da Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), por certo não enxerga o paradoxo de sua personalidade. A primeira vista pode parecer uma pessoa rígida, e é quando o trabalho exige, mas já em uma conversa rápida, é possível perceber que há mais para se ver. Como todo paradoxo, que consiste em uma ideia incrível, contrária do que se espera.

A servidora tem 30 anos e há quase 10 é agente penitenciária. Desde que ingressou no quadro de servidores públicos estaduais, passou por diversos setores, iniciando sua trajetória na área operacional da Casa de Custódia da Capital e, atualmente, assessorando juridicamente o gabinete da Seris.

É formada em direito pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) desde 2007, e apesar de trabalhar na área, a agente conta que essa não é sua paixão. “Fiz vestibular e entrei na faculdade com 16 anos. Escolhi o Direito, pois achava que era uma profissão que dava dinheiro e que poderia fazer concurso, mas já no meio do curso deixei de gostar”, explica.

Da cozinha para a vida

Apesar de concluir o curso e ganhar o título de bacharela, Motta não desistiu de encontrar uma profissão que se identificasse. “Depois do Direito fiz dois semestres de História, dois de Ciências Sociais e um de Administração, sempre procurando outro curso que me identificasse mais. Em 2013 resolvi tentar Gastronomia, pois, além de gostar de cozinhar, queria algo diferente. Gostei muito do curso”, disse.

Apesar de não fazer grandes eventos culinários, como ressaltou, a servidora concilia o trabalho no gabinete com aulas de gastronomia em uma faculdade particular da capital. “Devido ao horário corrido aqui na secretaria, não atuo diretamente em cozinhas, mas gosto de dar aulas”, contou.

Perguntada sobre o que leva da experiência da gastronomia para a vida pessoal e o trabalho, a servidora é precisa: disciplina. “A cozinha é isso: disciplina e organização. Tentar fazer as coisas da maneira correta, seguindo um processo, e isso ajuda muito no dia a dia. Essa hierarquia que a cozinha possui é importante de se ter na atuação cotidiana”, enfatizou a agente penitenciária.

No balanço do Maracatu

Além da cozinha, foi no maracatu que a servidora encontrou um hobby, participando a quatro anos do coletivo percussivo Afro Caeté. Ao som do samba reggae, coco de roda e outros ritmos africanos, a agente absorveu valores que aplica em sua rotina de trabalho.

“O maracatu ensina a trabalhar em equipe, conseguir conviver em coletividade. Nós somos 50 batuqueiros e tudo que a gente faz tem que ser discutido e decidido entre todos. Então, o trabalho coletivo e o respeito pela opinião dos outros são coisas que aprendi e levo comigo”, falou.

Já no final da entrevista, a servidora faz uma reflexão de sua trajetória. “A pessoa muda muito em 10 anos. Amadurece, passa a entender quais são as batalhas que devem ser travadas e as que não valem a pena. Do ponto de vista do trabalho em si, passamos a entender a dificuldade que é lidar com realidades diversas”, contou, referindo-se a experiência de trabalhar na Secretaria de Ressocialização.