Política
‘Carangueijo’? Cunha ri de apelido dado em lista da Odebrecht e diz que só fez caixa 1


Cunha disse que só recebeu doação de caixa 1, e que a Odebrecht definitivamente doou para o PMDB, mas não na conta dele (Foto: Andressa Anholete via Getty Images)
Um dos políticos citados na lista apreendida pela Polícia Federal no endereço de um dos executivos da Odebrecht, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deu risada diante da pergunta sobre por que foi descrito pelo apelido “caranguejo”, e negou que tenha recebido propina da empresa.
“Eu não vi que planilha é. Certamente para minha campanha não foi, se eu pedi foi para o PMDB, e foi alocada para outras campanhas. A Odebrecht doou para o PMDB, e doou até em alguns momentos, a meu pedido, para a campanha do Henrique [Eduardo Alves, hoje ministro do Turismo], enfim”, afirmou Cunha, que é réu no Supremo Tribunal Federal sob acusação de integrar o petrolão.
Sobre o apelido, Cunha disse desconhecer. “Não sei o que quiseram dizer com isso, quem apelidou é quem tem que dizer.”
Apesar de dizer que pediu doações da Odebrecht, o presidente da Câmara -em relação ao qual a planilha indica o pagamento de “500”, sem maior especificação- afirmou não se lembrar a quem exatamente fez o pedido.
“Não me recordo exatamente com quem. Às vezes tinha reunião de pessoas do PMDB com representantes deles. Eu não me lembro exatamente a quem foi pedido. Eu só recebo doação de caixa 1, não recebi diretamente da Odebrecht na minha conta, mas efetivamente a Odebrecht doou para o PMDB, alocada em outras campanhas do PMDB, e provavelmente parte a meu pedido”, disse, acrescentando: “Não existe doação para o PMDB de caixa 2, nem pra mim nem para o PMDB.”
Diante da pergunta sobre se teme as consequências da delação da Odebrecht, afirmou apenas não temer “absolutamente nada de ninguém”.
A notícia da delação da empreiteira, que mantinha relações com vários partidos, foi recebida com extrema apreensão na Câmara. Deputados falam em em um cenário de “terra arrasada” como consequência das revelações que podem ser feitas pela empresa.
Os investigadores da Lava Jato apuram ainda se os repasses constantes da planilha apreendida dizem respeito a uma contabilidade paralela da empresa, que foi alvo da 26ª fase da Lava Jato, deflagrada na terça-feira (22). Ainda não há uma conclusão se os pagamentos são ilícitos. (Folhapress)
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