Política

Cardozo vai para a AGU e aliado de Wagner assume Ministério da Justiça

29/02/2016
Cardozo vai para a AGU e aliado de Wagner assume Ministério da Justiça
(Foto: Lula Marques/ Agência PT)

(Foto: Lula Marques/ Agência PT)

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, vai ocupar a Advocacia Geral da União (AGU), substituindo Luis Inácio Adams. Para o lugar de Cardozo irá Wellington César, ex-procurador-geral de Justiça da Bahia.

A presidente Dilma Rousseff ficou contrariada com o vazamento da notícia sobre a saída de Cardozo porque a deixou sem margem de manobra para evitar que ele deixasse o Ministério da Justiça. Cardozo decidiu entregar o cargo por causa da pressão do PT, que aumentou depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva virou alvo das investigações da Operação Lava Jato.

Cardozo é atualmente o ministro mais próximo de Dilma e ela quer preservá-lo no núcleo de decisões do governo. O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, indicou Wellington Cesar para o lugar de Cardozo na Justiça.

A decisão de Cardozo de entregar o cargo foi tomada neste domingo. A amigos, ele confidenciou não suportar mais a pressão do PT, seu partido, agravada depois que a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, passou a investigar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

CASO CPEM

Em 1997, Cardozo integrou a comissão interna do PT que investigou o caso da Consultoria para Empresas e Municípios (Cpem), com sede em São Bernardo do Campo. A Cpem teria sido contratada sem concorrência em gestões petistas, o que teria provocado desvio de dinheiro público. O relatório da comissão recomendava que o advogado Roberto Teixeira, irmão do dono da Cpem e compadre de Lula, fosse submetido a uma comissão de ética. Teixeira foi inocentado no episódio, que provocou o primeiro atrito entre Cardozo e Lula.

Janot

Na tarde desta segunda, Cardozo terá uma de suas últimas agendas como titular do Ministério da Justiça. Às 15 horas ele tem audiência com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Foi Janot que apresentou denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pedindo o afastamento do deputado do cargo. O Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar o caso na quarta-feira, 2.