Geral
MS lança força-tarefa para apoiar assistência às crianças com microcefalia


Superintendente da Vigilância em Saúde, Cristina Rocha, apresentou cenário da microcefalia em Alagoas (Foto: Assessoria)
Coordenadores e técnicos da Saúde das três esferas de governo participaram nesta sexta-feira (26), no auditório Artur Ramos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), do lançamento da força-tarefa para a organização dos serviços e gestão da assistência às crianças com microcefalia em Alagoas. A preocupação com a infestação das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, a exemplo da dengue, chicungunya e zika, foi compartilhada por representantes dos três entes-federativos.
Diante da gravidade e crescente aumento no número de casos de microcefalia, a diretora do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, Anne Antunes, ressaltou que o objetivo desta força-tarefa é estreitar parceria com a secretaria estadual de Saúde, com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems), no sentido de unir esforços e garantir a confirmação do diagnóstico e a assistência precoce às crianças com microcefalia, fortalecendo assim a rede de assistência.
“Precisamos entender o fluxo deste atendimento e assistência em Alagoas e tiraremos desta discussão uma agenda propositiva para alinhar a apoiar as ações que já vêm sendo desenvolvidas, a exemplo da captação precoce de crianças suspeitas; encaminhamentos para a rede estadual e municipal e, com relação à Atenção Básica, fazer o acompanhamento dos casos e a estimulação precoce destas crianças”, destacou a representante do MS.
A agenda, na opinião dela, vai nortear a rede de assistência, desde o nascimento do bebê, a identificação da microcefalia ou suspeita do perímetro cefálico diminuído; a realização de exames; acompanhamento na Atenção Básica e dos centros de especialidades que vão tratar a criança; além de encaminhá-la para especialistas, uma vez que a qualidade de vida dela depende do imediatismo da estimulação. O bebê com microcefalia pode ter alteração intelectual, motora, visual ou auditiva.
A secretária de Estado da Saúde, Rosângela Wyszomirska, lembrou que a equipe técnica da Sesau se debruçou sobre o assunto bem antes de surgir o primeiro caso em Alagoas e, inspirada por Pernambuco, elaborou o Protocolo com as orientações sobre como cuidar de bebês nascidos com malformações neurológicas. “Fizemos o nosso protocolo para ter um direcionamento de como agir nesta situação. Precisamos que a ciência nos dê uma resposta com mais rapidez, pois é grande a pressão que recebemos. O Estado assumiu a condução do processo, no tocante ao financiamento, contratação de neuropediatras e realização de exames”, reforçou.
Rosângela disse que o Ministério da Saúde, ao pensar em mudar de protocolo, precisa ter em mente que, quanto mais exigência fizer, menos os Estados e municípios terão capacidade financeira para assumir a situação. “Agradeço a equipe de saúde do Estado pela rapidez em abraçar a causa e trabalhar em parceria com o Cosems, que representa os municípios alagoanos, na luta pelo combate ao Aedes aegypti”, afirmou.
A coordenadora da Assessoria Técnica do Cosems,Sylvana Medeiros, reforçou que, desde novembro, a instituição vem trabalhando com o Estado na sensibilização e mobilização dos municípios e nos mutirões de combate ao vetor. “Enxergamos que tínhamos um problema e fizemos parceria com o Estado e tem dado certo. Estamos estudando e trabalhando com nosso protocolo de Vigilância de Vigilância da Miocrocefalia, em cima das notificações e acompanhamento dos casos. Os municípios têm demonstrado sensibilidade com o problema e responsabilidade na resolução dele”, salientou Sylvana.
De acordo com ela, o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) está realizando videoconferências quinzenais para acompanhar a evolução dos trabalhos nos Estados. A superintendente de Atenção à Saúde, Lorella Chiapetta, apresentou a organização dos serviços e gestão da assistência às crianças com microcefalia, mostrando que a dengue em 2015 registrou 30.7 mil casos de janeiro a dezembro, quando em 2014 foram 16 mil, o que representa um acréscimo de 84%.
Segundo ela, Alagoas registrou – até essa quinta-feira (25) – 219 casos suspeitos de microcefalia (sendo 213 em recém-nascidos vivos e seis intrauterinos). Na rede estadual já foram realizadas 138 tomografias; sendo 45 com diagnóstico de microcefalia; 93 normais e quatro óbitos. Lorella fez um balanço dos serviços prestados pelo Estado, a exemplo da instalação de 11 unidades sentinela de saúde para mapeamento do zika vírus, sendo três na capital e oito no interior.
Desafios a vencer – Lorella expôs ainda sobre a conduta do Estado de Alagoas no que diz respeito ao recém-nascido vivo com microcefalia, a exemplo da realização de tomografia do crâneo; avaliação por neuropediatra; triagem neonatal, auditiva e ocular; exame de fundo de olho; dentre outros. Entre os desafios elencados estão à dificuldade de transporte dos pacientes por parte dos municípios; resistência dos pais para trazer as crianças para os exames e consultas especializadas; bem como a resistência das unidades de saúde na realização dos exames de triagem neonatal.
A superintendente da Vigilância em Saúde da Sesau, Cristina Rocha, apresentou o cenário atual da microcefalia em Alagoas e o secretário adjunto de saúde de Maceió, Antônio de Pádua, acrescentou que para ganhar esta guerra é necessário investimento em pesquisa, dinheiro e reestruturação urgente da rede para atender as crianças com a doença.
Participaram ainda da discussão e roda de conversas representantes de áreas técnicas e coordenadores estaduais da Saúde da Mulher; Saúde da Criança; Atenção à Pessoa com Deficiência; de Atenção Básica; Regulação de Consultas e exames. Durante a tarde foi construída uma agenda com propostas com o objetivo de garantir a assistência das crianças com microcefalia.
Mais lidas
-
1NINHO TUCANO
Após 29 anos, Ciro Gomes retorna ao PSDB e será candidato ao Governo do Ceará em 2026
-
2ASSASSINATO
Polícia divulga imagens de suspeito de matar adolescente com 51 facadas em Rio Largo
-
3ARAPIRACA
Imagens de câmera de segurança mostram comerciante envolvido em confusão horas antes de ser assassinado
-
4SANTANA DO IPANEMA
Vereador Mário Silva denuncia abandono dos Bulhões a servidores e pacientes com câncer
-
5UNIÃO
Solidariedade e PRD oficializam federação; comando em Alagoas será de Adeilson Bezerra e da família Raimundo em Palmeira dos Índios