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Trovoadas alentaram sertanejos
As secas periódicas que têm grassados os sertanejos, têm deveras, assinalado a história. Muitas foram temas e assuntos para poetas e prosadores, que se debruçaram sobre o assunto, têm escritos, livros, poemas e romances, focando a sanha dessas inditosas secas, que afugentam os sertanejos de seu habitat, provocando o êxodo. As histórias antigas do povo hebreu, já narram o povo fugindo das secas, provocando flagelos nas famílias, desestruturando a sociedade. A imortal Rachel de Queiroz, imortalizou a seca de 1.915, com o romance O quinze, posteriormente José Américo de Almeida, em 1.927, escreveu A bagaceira, há 89 anos, veio depois o alagoano Graciliano Ramos com Vida secas e tantos outros que imortalizaram as grandes secas que têm assolado o país, mormente o nordeste, sua localização geográfica, situada no polígono das secas, já o coloca em situação desfavorecida para as chuvas.A região tem sido marcado por esses agudos fenômenos cíclicos, com as secas de 1.907, 1.915, 1.932, 1.956, 1.970, 2.012, 2.013, 2.014 e 2.015, já caminha para uma década de anos secos, gerando fome, sede, doenças, desemprego, enfim, é o nordeste uma área calcinada e marcada pela falta de progresso, os grandes investimentos são direcionados para outras regiões, enquanto isto, as secas periódicas provocam a falta de desenvolvimento prejudicando sensivelmente os sertanejos, que atualmente vêm se arrastando ao longo de quase um lustro de anos secos, vivendo ao Deus dará, sobre os escassos carros-pipas e as magras migalhas das bolsas do governo.
As duas últimas semanas de janeiro do ano em curso, 2.016, caíram algumas trovoadas no sertão de Alagoas, trazendo um alento novo aos sertanejos, que estão assanhados no preparo das roças, na esperança que as chuvas continuem juntando mais água nos açudes, o pasto renasça, aumentando consequentemente a produção de leite, visto ser a Bacia leiteira um dos órgãos de representatividade na região por gerar trabalho e renda. Os mecanismos criados pelos governos como SUDENE, DENOC, EMATER, DER; e outros similares estão quebrados e falidos, que no passado davam certa assistência ao homem do campo, ajudando-lhe e orientando na labuta diária, porém os políticos desses últimos desgovernos desmantelaram tudo, tentaram outros órgãos para substituir os existentes, e não foram suficientes para resolver o problema, e quem paga tudo, é o povo, notadamente, o sertanejo, onde esses órgãos estão mais focados. As dificuldades atreladas ao desemprego no sertão são visíveis e palpáveis, muitos sertanejos com filhos formados sem terem onde trabalhar, os parcos e escassos concursos são provas vivas de tudo isso, às vezes são o mínimo, e os candidatos o máximo. Adam Smith escreveu: “nenhuma sociedade pode florescer e ser feliz, enquanto a maioria de seus membros for constituída de pobres e miseráveis”.
As chuvas caídas geram novas vidas e com elas o progresso haurirá, e a região sertaneja conquistará o seu lugar de destaque, porque o melhor do sertão, ainda é o sertanejo.
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