Geral

Método Canguru incentiva mulheres a participarem do desenvolvimento do bebê prematuro

19/12/2015
Método Canguru incentiva mulheres a participarem do desenvolvimento do bebê prematuro
Laís Fernanda aprende sobre importância da alimentação e recebe orientações sobre o banho e a posição do bebê durante a amamentação. (Foto: Carla Cleto)

Laís Fernanda aprende sobre importância da alimentação e recebe orientações sobre o banho e a posição do bebê durante a amamentação.
(Foto: Carla Cleto)

 

A relação da mãe com o recém-nascido começa com o contato pela a pele, para sentir o seu cheiro e ganhar o calor do seu corpo. Esse processo evolui até a posição canguru, que consiste em manter o bebê na posição vertical, barriga com barriga e com a cabeça junto ao peito. Conhecido por Método Canguru, esse modelo de assistência estimula o desenvolvimento e ajuda na recuperação de bebês de baixo peso e prematuros, que encontram na amamentação a vantagem para uma vida saudável.

 

Segundo a terapeuta ocupacional da Maternidade Escola Santa Mônica (MESM), Vânia Aguiar, a proposta é uma mudança de atitude na abordagem do recém-nascido de baixo peso, com necessidade de hospitalização. Para isso, a iniciativa do Ministério da Saúde (MS) permite uma maior participação dos pais e da família nos cuidados neonatais.

 

O Método Canguru é desenvolvido em três etapas. O processo começa no pré-natal da gestação de alto-risco, seguido da internação na Unidade Neonatal. Depois, o bebê permanece de maneira contínua com a mãe e a posição canguru é realizada pelo maior tempo possível. Por fim, o acompanhamento da criança e da família acontece no ambulatório até atingir o peso de 2,5kg, dando continuidade à abordagem biopsicossocial.

 

 

 

“Encorajar o aleitamento materno é uma das atribuições da equipe de saúde”, pontuou Vânia Aguiar. Segundo ela, o ato aumenta o vínculo mãe e filho, por meio do estímulo do aleitamento materno, permitindo maior frequência, precocidade e duração. “A vantagem está na melhora da qualidade do desenvolvimento neurocomportamental e psicoafetivo do récem-nascido de baixo-peso”, acrescentou.

 

A vendedora Laís Fernanda Alves está com sua pequena Laura Myrelle na Enfermaria Canguru, da Santa Mônica, atualmente funcionando no Hospital Geral do Estado (HGE). “Foi nesse momento, na enfermaria, que aprendi sobre a importância da alimentação para o ganho de peso da minha filha, além das orientações sobre o banho e a posição do bebê durante a amamentação”, contou Laura.

 

Assim como as outras mamães, Laura amamenta de três em três horas. “Eu esperei tanto por esse momento, que sinto uma alegria enorme em amamentar”, revelou ela, que sonhava em ter uma menina. A pequena Laura, que nasceu com 1,6kg, já ganhou 80g e vai ter alta em breve, quando atingir  pelo menos 1,8kg.

 

Para atingir o peso ideal, o desenvolvimento do bebê é acompanhado por uma equipe de habilitação, formada por médico, enfermeiro, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, assistente social, psicólogo e técnico de enfermagem. “Mas é o aleitamento materno o carro-chefe do trabalho na Enfermaria Canguru”, enfatizou Vânia Aguiar.

 

“O aleitamento materno é essencial. Ele é um alimento que tem todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento do bebê”, disse a terapeuta ocupacional da Enfermaria Canguru. A iniciativa do Método Canguru favorece ainda um melhor relacionamento da família com a equipe de saúde, possibilitando maior competência e confiança dos pais no apoio ao seu filho de baixo peso, inclusive após a alta hospitalar.

 

E essa confiança é importante principalmente quando a mamãe é de primeira viagem e logo de gêmeos. Esse é o caso da dona de casa Taise Ferreira, que deu luz às gêmeas Lorena e Laís. “Eu gosto de amamentar e sei que esse ato, além de ser prazeroso, vai possibilitar o desenvolvimento das minhas filhas”, contou ela, que se encontra também na Enfermaria Canguru.
Método – As atribuições da equipe de saúde que atua na Enfermaria Canguru estão em orientar a mãe e a família em todas as etapas do método; oferecer suporte emocional e estimular os pais em todos os momentos; encorajar o aleitamento materno; desenvolver ações educativas abordando conceitos de higiene, controle de saúde e nutrição; desenvolver atividades recreativas para as mães durante o período de permanência hospitalar; participar de treinamento em serviço como condição básica para garantir a qualidade da atenção; e orientar a família na hora da alta hospitalar, criando condições de comunicação com a equipe, e garantir todas as possibilidades já enumeradas de atendimento continuado.