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Escolas econômicas

28/11/2015
Escolas econômicas

“Eu acreditava muito nos mecanismos governamentais: mas eles têm células cancerígenas que crescem incontrolavelmente. Há algo de doentio na máquina estatal. A experiência de jovem me tornou cético para as reais possibilidades do Estado”. Roberto Campos (1917/2001), ortodoxo e pró-americano “ Bob Fields”.

A situação atual no governo federal, enquadra-se na máxima de um dos maiores economistas brasileiros. A priori, sabe-se que a incipiente sistematização das Ciências Econômicas deveu-se aos fisiocratas. Àqueles que elaboraram a doutrina natural inserindo os problemas econômicos. E, como tal, preocuparam-se com a circulação/distribuição dos bens econômicos. Segundo eles, o direito do homem consistia em poder desfrutar do resultado do trabalho na confecção dos bens econômicos.

Em sendo assim, o estado não deveria interferir nos assuntos econômicos que, mais tarde, Adam Smith ( 1723/1790) advertia que “ Os governos criavam privilégios para alguns em detrimento da sociedade.” Basta tão-somente observar os que os governos de Lula/Dilma armaram contra o Erário nacional. Elegeram, portanto, ( os fisiocratas) a agricultura como único setor capaz de produzir e, consequentemente, geraria excedente. Para eles, a riqueza das nações dependia da produção e, não, do entesouramento de ouro/prata professado pelos mercantilistas.

A Escola Clássica, criada por Adam Smith, ganhou notoriedade com a publicação do famoso livro – A Riqueza das Nações – ( 1776), que, por sua vez, reprimia a ideia da intervenção do estado na economia. Ficando, portanto, o mercado responsável pela produção total de bens econômicos para atender à demanda da sociedade consoante teoria do apóstolo do liberalismo do séculos XVIII e começo do XIX. Inclusive, fora instituída a Lei de Say que dizia que a oferta era igual a procura. Marx (1818/1883), descobriu nova alternativa a fim de suplantar o capitalismo, isto é, o comunismo que transformaria a propriedade privada em coletiva.

À sua época, condenou a mais-valia ( horas trabalhadas não remuneradas) que, no seu entender, geraria a acumulação primitiva dos capitalistas, apropriando-se da força-de-trabalho na elaboração da mercadoria, hoje, denominada por commodities no comércio exterior. Em 1917, aconteceu a Revolução Russa capitaneada pelor líder Lênin. Metamorfoseou a propriedade privada em bens de propriedade estatal, ou seja, os meios de produção passaram à propriedade do estado respondendo às indagações: o que, como, quanto e para quem produzir através de uma Agência de Planejamento. A Economia Planificada não logrou sucesso por vários motivos.

E, com isso, deu-se a derrocada do sistema após a queda do muro de Berlim ( dezembro/89 ). Consequentemente, o Leste Europeu implodiu cedendo lugar ao capitalismo globalizado com a onda neoliberal que seria criada nos EUA, bem como na Inglaterra no começo da década de oitenta. Evidentemente, que o genial John Maynard Keynes ( 1883/1946), economista inglês com sua teoria lançada em 1936 salvou o Ocidente da Grande Depressão Econômica. Elegeu, portanto, o estado como investidor nas áreas social/econômica gerando emprego/renda que havia desabado com a crise do capitalismo provocada com a queda da Bolsa de Nova York (1929). Segundo o Lord inglês, os mecanismos de mercado fracassaram com a tese do laisse-faire (deixa passar).

Descobriu, pois, que na sua teoria dava-se o contrário, o volume de produção geraria a oferta de bens/serviços. Criou, portanto, a Macroeconomia que passaria a gerir os agregados econômicos. As Escolas Econômicas deram sustentação às Ciências Econômicas. E, portanto, os gestores públicos têm que acreditar nos economistas na elaboração dos Planos Econômicos que ajudam a controlar a inflação, promover a estabilidade da moeda, e, principalmente, o crescimento econômico para atender à demanda da sociedade. Na segunda gestão de Dilma Rousseff ( PT), nada acontece com o famigerado ajuste fiscal de Joaquim Levy, ministro da Fazenda. Muito pelo contrário a inflação ( 11%), o desemprego ascende nas principais capitais do País; o crescimento pífio do PIB iguala-se a países africanos. As crises política e econômica roubam a esperança do povo brasileiro. E, o pior, não se vislumbram-se perspectivas desenvolvimentistas. A Nação à deriva pede socorro aos poderes constituídos. O Brasil TITANIC corre na velocidade da lama que abateu a bucólica cidade Mariana ( Minas Gerais). Não havendo renúncia da presidente Dilma, bem como do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha( PMDB), dificilmente, salvar-se-á a Pátria Amada