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Raimundo Marinho e Penedo
Como se sabe pela história, a mestra da vida, Alagoas era uma parte da Pernambuco, até 16 de setembro de 1817, quando D. João VI deu independência a Alagoas. A estrutura religiosa ficou ainda sob a administração da Diocese de Olinda, de onde vinham os representantes credenciados do bispo, que podiam administrar o sacramento da Crisma. Basta dizer que só no ano de 1900 foi criada a Diocese de Alagoas, cujo primeiro bispo foi D. Antônio Brandão.
Acrescente-se que, antes da ordenação episcopal, Antônio Brandão foi pároco de Santana do Ipanema e o seu primeiro bispado foi em Belém do Pará.
Voltando-nos de modo especial à cidade de Penedo, com o uso da navegação a vapor, o comércio muito cresceu. O porto de Penedo ficou aberto a nações estrangeiras. Havia um trapiche com a ponte de atracação, defronte a Rua Nova, que posteriormente recebeu o nome de Barão de Penedo.
Apesar da separação territorial de Alagoas com Pernambuco, para se chegar ao alto sertão pernambucano, a ligação era por Penedo, por falta de rodovias adequadas.
Conforme nos diz Gildete Batinga, em artigo publicado na Tribuna Penedense, em 1999, havia duas companhias, uma de Penedo e outra da Bahia. O vapor chamado Jacuípe, de Pernambuco era conhecido pelo seu apito característico e o comandante era o capitão Mariano.
Prossegue a citada jornalista: “Diziam que dele (o capitão Mariano) havia uma coragem que desafiava tudo, até entrar na barra do rio, mesmo quando condições climatéricas não o aconselhavam. Entrava de qualquer jeito. Existia uma quadrinha sobre ele: Capitão, você não intime / Seu serviço é lá na ré/ Queremos ser mariano (sic) Mas o caso é que não é”.
Penedo sempre mandava para Recife aqueles que desejavam fazer o curso de Direito. Quem desejava ser médico o lugar mais adequado era Bahia. Ao se fazer navegação regular de Penedo a Piranhas mercadorias nacionais ou estrangeiras eram levadas da foz até Piranhas.
Várias pessoas aportaram a Penedo e construíram suas residências com muitos sobrados a ponto de ter sido chamado a cidade dos sobrados. Penedo foi muito visitado por pernambucanos e baianos. Muitos deles fixaram residência na princesa do São Francisco.
Parece que Penedo recebeu grande influência da Bahia. Como lembra a citada jornalista, até o folclore marcou presença. Vejamos o que se segue: Meio – dia/ Panela no fogo/ Barriga vazia/ Macaco torrado/ Que vem da Bahia.
A verdade é que o rio São Francisco quase que agoniza. Estradas foram construídas, mas houve um prefeito em Penedo que pensou e muito se esforçou no sentido de mostrar que a cidade tinha condições de ser descoberta ou redescoberta como ponto turístico no estado de Alagoas. Trata-se de Raimundo Marinho que promoveu festivais de cinema, que conseguiu a restauração de igrejas seculares, dos antigos prédios públicos. Não se pode negar a Caravana da Cultura, sob a direção do embaixador Carlos Magno. O Teatro Sete de setembro foi restaurado de acordo com os moldes originais. E tantos outros empreendimentos. A verdade é que Penedo tem condições de ser cidade turística.
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