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Jihadistas têm mercado de passaportes falsos

21/11/2015
Jihadistas têm mercado de passaportes falsos

Passaporte_Mercosul

Com 250 euros, jihadistas compram passaportes sírios falsos para burlar controles de fronteiras, se passando por refugiados. Nesta terça-feira, a ONU alertou para que os governos europeus não usem os atentados de Paris como argumento para impedir a entrada dos refugiados, lembrando que eles são “as primeiras vítimas do radicalismo islâmico”.

A rede de tráfico de passaportes passou a ser uma das principais preocupações dos serviços de inteligência na Europa depois que um passaporte de um ex-soldado do regime de Bashar Assad morto no ano passado foi encontrado ao lado do corpo de um dos terroristas mortos em Paris.

Na Alemanha, na Bélgica e na França, as investigações apontam que todos os nove terroristas usaram passaportes falsos para entrar na Europa, ao retornar de treinamentos na Síria. Os documentos foram, de fato, registrados na Grécia e mesmo na Sérvia, apontando que eles teriam usado a rota de milhares de famílias desesperadas para fugir da guerra.

Mercado. Fontes da polícia judiciária em Paris confirmaram ao Estado que o comércio ilegal de passaportes sírios alimenta a rede jihadista e muitos dos 10 mil nomes na lista de potenciais ameaças pela França podem estar cruzando as fronteiras com esses novos documentos.

O comércio floresceu à medida que algumas das cidades sírias eram destruídas e combatentes passaram a ter acesso a verdadeiros depósitos de documentos virgens da administração síria. Uma parte desse “tesouro” acabou caindo nas mãos de traficantes, que o revenderiam anos depois aos radicais do Estado Islâmico.

Hoje, os preços variam de 250 euros para um passaporte a mais de 2 mil caso a pessoa queira que o documento de viagem seja acompanhado por uma certidão de nascimento com o mesmo nome e até carteira de motorista.

“As primeiras vítimas dos radicais são os refugiados”, disse ontem o Alto-Comissário da ONU para Refugiados, Antonio Guterres. “Eles fogem das mesmas pessoas que atacaram Paris”, insistiu.