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Patrocinador de José Aldo Critica UFC
Após o anúncio do acordo entre o UFC e Reebok, as empresas ficaram proibidas de exibir suas logomarcas dentro do octógono, assim como vincular suas imagens ao show durante a semana que antecede cada evento, onde ocorrem diversas atividades oficiais, como o treino aberto e encontro com os fãs e mídia. Dono de uma das principais marcas de “fightwear” do mundo, a Wenum, André Vieira lamenta o que está acontecendo e, segundo ele, o “UFC quebrou o mercado”.
Em entrevista exclusiva à Ag. Fight, o empresário que já patrocinou diversos atletas do UFC, revelou que permaneceu apenas com o campeão dos penas (66 kg), José Aldo e procurou outras áreas para investir o capital de sua empresa.
“O UFC quebrou o mercado todo, porque ninguém consegue mais fechar contrato com nenhum patrocinador, já que não há visibilidade nenhuma, ninguém se interessa em patrocinar os lutadores. Todo o capital que era investido pela Wenum no UFC não pode mais ser investido, o que nos obrigou a migrar para outras áreas. Temos patrocinado atletas do jiu-jitsu, muay thai e no boxe inglês, além do caratê. Toda a parte de patrocínio dedicada aos atletas caiu muito, os valores pagos atualmente estão bem inferiores. Qual a fightwear no Brasil atualmente que está bem das pernas? Se você conhecer alguma me fale, porque eu não conheço. Todos as grandes marcas saíram de cena, não vejo mais nenhuma. Lá fora a situação é a mesma, já que os caras são totalmente voltados para o mercado americano”, lamentou André.
O empresário que tinha 40 lutadores do calibre de Lyoto Machida e Gegarg Mousasi dentro do UFC, só permanece com José Aldo, mas mesmo assim ainda não sabe até quando o investimento vai lhe trazer retorno. O empresário também citou o nome de um brasileiro que perdeu nada menos do que sete patrocínios com a chegada da parceria UFC x Reebok.
“O único atleta do UFC que permaneceu com a Wenum é o José Aldo, até pelo lançamento do filme dele no ano que vem, além do que ele é o nosso garoto propagando número um em luvas e equipamentos. Ele é o número um peso por peso do mundo, mas não sei até que ponto isso vai ser válido para a empresa , porque o UFC castrou todo mundo. O atleta Thiago Marreta conseguia fechar sete patrocínios antes de uma luta, ele gerava uma verba boa e isso ajudava muito a carreira dele e atualmente nenhuma empresa tem interesse em patrociná-lo porque não terá visibilidade alguma”.
Como a Reebok não produz luvas de MMA, caneleiras e boa parte do equipamento necessário para os treinamentos, os lutadores estão tendo que custear do próprio bolso a compra de luvas, por exemplo. Até grandes nomes do esporte, como o atualmente aposentado, Rodrigo ‘Minotauro’, teve que se virar para conseguir luvas para treinar para sua luta de despedida contra Stefan Struve, no Rio de Janeiro.
“O UFC não dá luva para os atletas treinarem, a Reebok não produz luvas, o cara vai fazer o que, vai comprar? A situação complicou demais para os atletas do UFC. Eles me ligam pedindo luvas porque não tem para treinar. Um atleta de alto nível não pode ter que se preocupar em comprar luvas. O Minotauro, antes da última luta dele, de despedida, me ligou pedindo luvas, porque não tinha para treinar. O Thiago Marreta me ligou e passou aqui no escritório pedindo uma ajuda, antes de se mudar para os EUA para ir treinar na ATT. O cara estava sem caneleira, não tem luvas… É chato para um atleta do porte do Marreta ter que entrar em uma loja para comprar o seu próprio equipamento de trabalho, isso não existe. Estamos limitados as redes sociais, o que fez com que os valores reduzissem drasticamente, atualmente os valores são muito baixos, quando não são pagos em permuta com material”, contou.
Com a proibição das marcas de entrarem no maior espetáculo de MMA do planeta, muitos concorrentes, como o Bellator, estão tirando proveito da situação e já existem atletas que optam por lutar no concorrente ao invés do, antes sonhado UFC, pela questão dos patrocínios.
“O UFC tem montado muitos cards que não dá vontade alguma de ver, porque são muito ruins, eles estão fazendo muitos eventos e isso também deu uma esfriada no mercado, a galera perdeu o apetite. Enquanto isso, o Bellator está fazendo uns cards interessantes. Isso está gerando uma migração dos atletas, porque hoje em dia o cara soma o salário dele no Bellator com os patrocínios que ele ganha e vê que vale mais a pena estar fora do UFC, pois ele não fica rendido e tem mais segurança”, concluiu.
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