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Jogador Thiago Silva protagoniza campanha contra tuberculose
O Ministério da Saúde lança nesta quinta-feira (1º) campanha de conscientização sobre a importância do diagnóstico e realização do tratamento contra tuberculose. Com o mote “testar, tratar e vencer”, a campanha é protagonizada pelo jogador de futebol Thiago Silva. “Tuberculose existe, mas tem cura”, alerta o jogador no vídeo. O zagueiro foi diagnosticado com a doença em 2005, quando jogava em um time russo. Ele retornou ao Brasil, onde recebeu tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), foi curado e seguiu a carreira de jogador.
A falta de informação pode ser um obstáculo ao diagnóstico e ao tratamento. Por isso, as peças da campanha alertam que pessoas com tosse por mais de três semanas – principal sintoma da doença – devem procurar um serviço de saúde. Além disso, os pacientes não podem interromper o tratamento, que dura seis meses, para atingir a cura. O objetivo da campanha é levar mais informação às pessoas, reduzindo o preconceito sobre a doença. No ano passado, a campanha do Ministério da Saúde contou com a participação do cantor Thiaguinho, que também foi diagnosticado, seguiu tratamento sem interrupção e foi curado.
A campanha, que tem duração de um mês, será veiculada nas rádios, TVs, redes sociais, além de outdoor social e outros meios de divulgação. “O Thiago Silva mostra que é possível ficar livre da doença seguindo corretamente o tratamento. Ele se tratou pelo SUS e está aí, forte e saudável, jogando seu futebol”, explica o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Antônio Nardi.
Apesar da dimensão da doença e do seu impacto para a saúde pública, parte da população tem pouca informação sobre a tuberculose. “A falta de informação, além de prejudicar o diagnóstico, produz preconceito e agrava a exclusão social. Muitas pessoas ignoram os sintomas ou ainda têm ideias antigas sobre a doença, não sabem que a tuberculose é uma doença curável e que o paciente deixa de transmitir após 15 dias de tratamento”, explicou o diretor do Departamento de Vigilância em Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch.
TESTE RÁPIDO – Além da campanha de esclarecimento sobre a tuberculose, o Ministério da Saúde trabalha na melhoria do diagnóstico da doença. Em 2014, a coordenação do Programa Nacional de Controle da Tuberculose distribuiu 175 equipamentos de teste rápido a 94 municípios – onde se concentram 55% dos casos novos e retratamentos registrados no Brasil. Denominado “Gene Xpert”, o teste detecta a presença do bacilo causador da doença em duas horas e identifica se há resistência ao antibiótico rifampicina, usado no tratamento básico. O exame laboratorial tradicional pode levar de um a dois meses. Em um ano, foram realizados mais de 145 mil testes.
A estratégia adotada pelo Ministério da Saúde, de descentralização do tratamento para a atenção básica, resultou na diminuição do número de casos e mortes e de abandono do tratamento. Parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social ampliou o acesso do serviço de saúde às populações vulneráveis à doença – populações indígenas, população privada de liberdade, moradores de rua, além das pessoas vivendo com o HIV.
REDUÇÃO – Em 2014, a taxa de incidência foi de 33,8 por 100 mil habitantes, contra 43,4/100 mil em 2004. No ano passado, foram registrados 68,4 mil casos novos de tuberculose e 4.336 óbitos, com uma taxa de mortalidade de 2,3 óbitos por 100 mil habitantes. Em 2012, o Brasil atingiu, antecipadamente, as metas para 2015 dos Objetivos do Milênio (ODM) de redução pela metade das taxas de incidência, prevalência e mortalidade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, atualmente, existam no mundo nove milhões de casos da doença.
Em 2015, começa uma nova etapa do combate à tuberculose, superando a meta de controle da doença e partindo para a perspectiva de sua eliminação como problema relevante de saúde pública. O Ministério da Saúde assume compromisso de reduzir em 95% os óbitos e em 90% o coeficiente de incidência da doença até 2035.
SOBRE A DOENÇA – A tuberculose é causada por uma bactéria que afeta principalmente os pulmões, mas também pode ocorrer em outras partes do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). Na maioria das pessoas infectadas, os sinais e sintomas mais frequentemente são tosse seca contínua, no início da doença, depois tosse com presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue; cansaço excessivo; febre baixa geralmente à tarde; sudorese noturna; falta de apetite; palidez; emagrecimento acentuado; rouquidão; fraqueza e prostração.
A transmissão é direta, de pessoa a pessoa, por meio de pequenas gotas de saliva expelidas ao falar, espirrar ou tossir. Somente 5% a 10% dos infectados pelo bacilo de Koch adquirem a doença. O tratamento deve ser feito por um período mínimo de seis meses, sem interrupção, diariamente. No esquema básico, são utilizados quatro fármacos: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. Os pacientes que seguem o tratamento corretamente são curados.
Para prevenir as formas mais agressivas da doença é necessário imunizar as crianças, no primeiro ano de vida, ou no máximo até quatro anos, com a vacina BCG. O risco de transmissão é maior entre pessoas que vivem em ambientes fechados, mal ventilados e sem iluminação solar. A tuberculose não se transmite por objetos compartilhados.
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