Política

Palmeira não adere a paralisação das prefeituras, mas promete outros cortes

14/09/2015
Palmeira não adere a paralisação das prefeituras, mas promete outros cortes

 

Mais de 25 prefeituras aderiram a uma paralisação, em protesto contra a queda do FPM (Foto: Divulgação)

Mais de 25 prefeituras aderiram a uma paralisação, em protesto contra a queda do FPM (Foto: Divulgação)

 

Depois de uma reunião realizada na Associação dos Municípios de Alagoas (AMA), na última sexta-feira (11), mais de 30 prefeituras do Estado decidiram fazer uma paralisação das atividades, que começou hoje (14) e se estende até a sexta-feira (17). Com o fechamento dos setores administrativos da gestão pública municipal, apenas os serviços de urgência e emergência, da área de Saúde, e os de limpeza pública serão mantidos.

 

O motivo da mobilização foi o corte no repasse da verba do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), e que tem gerado uma séria crise financeira em todas as prefeituras alagoanas.

Outra medida aprovada pelos prefeitos é a realização de um protesto com a presença de prefeitos de Alagoas e de Sergipe, que vai acontecer na ponte que faz divisa entre os dois estados, localizada entre Porto Real do Colégio, que fica em Alagoas, e Neópolis, em Sergipe.

 

Em Palmeira dos Índios, o prefeito James Ribeiro está cortando gastos e diminuindo contratos como forma de minimizar os efeitos causados pela queda dos valores destinados à prefeitura pelo FPM. A prefeitura de Palmeira recebia do Fundo R$ 1, 2 milhão e este mês recebeu apenas a metade, R$ 600 mil. Para não atingir o funcionalismo e nem os serviços que são essenciais, os contratos de transportes, de carros alugados e até o número de compactadores de carro de lixo foram diminuídos. “Os cursos de capacitações, as viagens e os congressos, também estão cortados. Apenas eu vou poder viajar se realmente for necessário. Também cortei o número de cargos comissionados. Mas não podemos cortar tudo de vez para não prejudicar a população”, afirmou.

James Ribeiro disse, ainda, que a prefeitura está em dívida com fornecedores, mas que tem tentando uma negociação para que o município não deixe de honrar os seus compromissos. “Também estamos preocupados porque temos um grande volume de obras que precisam ser terminadas. Se o governo federal sinalizar os recursos para que elas sejam concluídas, o município tem que assinar a contrapartida. Estamos vendo como vamos viabilizar essas coisas, mas volto a dizer que a população não pode sofrer com isso”, ressaltou.

De acordo com a AMA, além das prefeituras que aderiram ao movimento, duas vão funcionar apenas em meio expediente e oito não vão parar as atividades. A prefeitura de Arapiraca só vai parar as atividades na sexta-feira (18), quando todas as secretarias vão ser fechadas. Em nota, a prefeitura de Maceió informou que não vai paralisar as atividades.

O presidente da AMA, Marcelo Beltrão, disse que só com a mobilização é que a população vai ter conhecimento do tamanho da crise instalada em Alagoas e no Brasil. “Estamos convocando toda classe política para desarmar o palanque e se integrar na mobilização. Se o valor da receita não fechar com as despesas, ficará difícil dos prefeitos administrarem”, declarou.